Putin receberá Guterres em reunião do Brics, diz Kremlin
“O Secretário-Geral da ONU rejeitou o convite da Ucrânia para a primeira cimeira de paz global na Suíça. No entanto, ele aceitou o convite do criminoso de guerra Putin para ir a Kazan”, afirmou o ministério das relações exteriores da Ucrânia
Putin quer receber Guterres à margem da cúpula dos Brics na Rússia. Segundo o Kremlin, o secretário-geral da ONU, António Guterres, também se reunirá para conversações bilaterais com o ditador Vladimir Putin na sua primeira viagem à Rússia desde o início da invasão russa à Ucrânia.
O encontro entre os dois políticos terá lugar na quinta-feira, 24 de outubro, à margem da cimeira do chamado grupo Brics, em Kazan, no sudoeste da Rússia, anunciou segunda-feira, 21 de outubro, um porta-voz do Kremlin em Moscou.
Segundo o Kremlin, a reunião entre Guterres e Putin “além das atividades da ONU” também se concentrará em “questões atuais da agenda internacional”, incluindo “a crise no Oriente Médio e a situação na Ucrânia”.
O porta-voz adjunto de Guterres, Farhan Haq, inicialmente não confirmou a reunião. Questionado se Guterres planejava viajar para Kazan ainda esta semana, Haq disse aos jornalistas: “Os detalhes das suas futuras viagens serão comunicados posteriormente”.
A cimeira dos Brics que começou na terça-feira, 22, aparece, porém, como motivo oficial da viagem de Guterres à Rússia.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que um encontro entre Guterres e Putin “não promove a causa da paz” e “prejudica a reputação das Nações Unidas”.
“O Secretário-Geral da ONU rejeitou o convite da Ucrânia para a primeira cimeira de paz global na Suíça. No entanto, ele aceitou o convite do criminoso de guerra Putin para ir a Kazan”, afirmou o ministério ucraniano na plataforma de serviço online X.
ONU: População na Ucrânia diminuiu em dez milhões
Segundo dados da própria ONU, a população da Ucrânia diminuiu em dez milhões de pessoas, ou cerca de um quarto, desde o início da invasão russa em grande escala. As Nações Unidas afirmam que as razões para isto são os fluxos de refugiados, a queda das taxas de natalidade e as mortes na guerra.
A invasão em Fevereiro de 2022 exacerbou uma situação demográfica já difícil, afirma Florence Bauer, coordenadora da Europa Oriental do Fundo de População das Nações Unidas. “A taxa de natalidade caiu drasticamente e atualmente está em torno de um filho por mulher, o que é uma das mais baixas do mundo.” Para manter uma população estável, cada mulher teria de dar à luz 2,1 filhos.
A Ucrânia, que tinha uma população de mais de 50 milhões de habitantes quando a União Soviética entrou em colapso em 1991, registrou, tal como quase todos os seus vizinhos da Europa Oriental e da Ásia Central, um declínio acentuado da população. Em 2021, último ano antes do início da invasão russa, cerca de 40 milhões de pessoas viviam lá.
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