Justin Trudeau pode renunciar hoje
Sob pressão política e econômica, líder canadense encerra governo marcado por desgaste e queda de popularidade
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, deve anunciar sua renúncia nesta segunda-feira, 6, segundo a imprensa local. A decisão ocorre em um momento de profunda crise política que abala seu governo e ameaça a estabilidade do Partido Liberal, a poucos meses das eleições gerais previstas para outubro.
Desde dezembro, o governo Trudeau enfrenta pressões crescentes, agravadas pela renúncia de Chrystia Freeland, vice-primeira-ministra e ministra das Finanças. A saída inesperada de Freeland, figura central na administração, foi seguida por pedidos públicos de parlamentares para que Trudeau também deixasse o cargo.
A crise intensificou a vulnerabilidade do Partido Liberal, já enfraquecido por pesquisas que apontam uma provável vitória do Partido Conservador na próxima eleição.
Dificuldades econômicas e perda de popularidade
A gestão Trudeau também é alvo de críticas devido à deterioração das condições econômicas no Canadá. O déficit público alcançou US$ 43,4 bilhões em 2024, valor 50% superior ao projetado, enquanto a previsão de crescimento do PIB foi revisada para baixo, de 1,9% para 1,7%. Esse cenário econômico adverso contribuiu para o aumento do custo de vida, afetando diretamente a popularidade do premiê.
Além disso, as tensões comerciais com os Estados Unidos aumentaram a pressão sobre Trudeau. A recente ameaça do presidente eleito norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas de até 25% sobre produtos canadenses, trouxe incerteza ao principal parceiro comercial do país, responsável por 75% das exportações canadenses.
Impacto político e futuro incerto
Caso a renúncia seja confirmada, Trudeau poderá permanecer como primeiro-ministro interino até que um novo líder do Partido Liberal seja escolhido. Discussões já teriam sido iniciadas com Dominic LeBlanc, ministro das Finanças, para que ele assuma como líder interino. No entanto, ainda há dúvidas sobre a viabilidade de LeBlanc concorrer à liderança do partido, considerando sua atual função ministerial.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)