Júri popular condena Trump por caso Stormy Daniels
Trump é o primeiro ex-presidente a ser condenado em um processo criminal após sair da Casa Branca; condenação não impede candidatura presidencial
Um júri popular do estado de Nova York condenou o ex-presidente americano Donald Trump pelo caso do suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels nesta quinta-feira, 30 de abril.
Trump foi condenado em todas as 34 acusações criminais por falsificação de registros comerciais.
O ex-presidente, que se declara inocente de todas as acusações, ainda pode recorrer da decisão.
A sentença pela condenação desta quinta está prevista para 11 de julho.
O crime pelo qual Trump foi condenado prevê pena de multa e período de liberdade condicional na maioria dos casos. Segundo a imprensa americana, é improvável que o ex-presidente seja condenado a prisão em regime fechado.
Apesar do ineditismo na condenação de um ex-presidente, o episódio, em si, não impede a campanha presidencial de Trump, que é o favorito à nomeação do Partido Republicano para as eleições de 5 de novembro.
A legislação eleitoral dos Estados Unidos não tem nada equivalente a uma Lei da Ficha Limpa.
Segundo uma pesquisa conjunta dos veículos públicos NPR e PBS NewsHour, em parceria com o instituto Marist, divulgada nesta quinta, quase dois terços (67%) dos americanos afirmam que a condenação não alteraria o seu voto nas eleições.
Caso Stormy Daniels
O suborno a Stormy Daniels ocorreu no contexto das eleições de 2016, vencidas por Trump.
A campanha do republicano escondeu do registro de gastos uma transferência de 130 mil dólares a Stormy para que ela não revelasse o suposto caso extraconjugal que teve com o então presidenciável.
Ex-advogado pessoal de Trump, Michael Cohen confessou a participação no esquema e foi condenado à prisão pelo episódio.
O que importa saber nesse caso é se Trump manipulou os registros comerciais de suas empresas para esconder um pagamento a Cohen pelos serviços no suborno a Stormy Daniels.
Ninguém nega que houve o pagamento à ex-atriz pornô. O julgamento de Trump gira em torno da questão se a compra do silêncio configura ou não um gasto de campanha. O Ministério Público do Estado de Nova York afirma que sim.
“Esta foi uma conspiração planejada, coordenada e de longa duração para influenciar as eleições de 2016, para ajudar Donald Trump a ser eleito através de despesas ilegais – para silenciar as pessoas com algo de mau a dizer sobre o seu comportamento”, disse a acusação na primeira semana do julgamento, em abril.
A defesa do ex-presidente, por sua vez, tentou desvencilhar a operação da campanha eleitoral. Trump estaria apenas “protegendo sua família, sua reputação e sua marca”.
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