Uma jovem russa recebeu a condenação de 27 anos de prisão por ter fornecido uma bomba, que na ocasião, explodiu e matou um blogueiro pró-guerra no ano passado. Com 26 anos, Darya Trepova foi julgada por uma corte de São Petersburgo pelos crimes de terrorismo, manipulação de explosivos e uso de documentos falsos. O caso está relacionado à morte do blogueiro Vladlen Tatarsky.

Ao ser condenada, Trepova não demonstrou emoções. Diversos veículos da imprensa russa destacaram que esta foi a sentença mais severa já aplicada a uma mulher na história moderna do país. A equipe de defesa da jovem afirmou que pretende recorrer da decisão.

A morte de Vladlen Tatarsky

Vladlen Tatarsky perdeu a vida pela explosão de uma bomba camuflada em uma estatueta com sua própria imagem. A peça foi entregue a ele por Trepova como um presentede em um estabelecimento de São Petersburgo, onde ele estava fazendo um discurso. Trepova defendeu-se alegando ter sido vítima de uma armadilha. Segundo seu relato, ela acreditava que a estatueta continha um dispositivo de escuta e não uma bomba.

Ela disse ao tribunal que estava agindo sob ordens de um homem na Ucrânia conhecido como “Gestalt”, que enviou dinheiro e instruções para ela durante meses antes do ataque à cafeteria.

A condenação e a argumentação da defesa

“Eu sinto grande dor e vergonha por minha credulidade e ingenuidade terem levado a consequências tão catastróficas. Eu não queria machucar ninguém”, declarou Trepova em tribunal. Ela direcionou suas palavras às vítimas do atentado que solicitaram grandes indenizações.

A defesa sustentou também que Trepova poderia também ser considerada vítima, já que estava perto de Tatarsky e poderia ter sido morta ou ferida na explosão. Contudo, a promotoria argumentou que a acusada tinha pleno conhecimento da bomba e que sua ação visava “destabilizar a Federação Russa”.

Após o atentado

Após a bomba explodir, Trepova entrou em pânico. Ela ignorou uma instrução de “Gelstalt” para ir ao aeroporto e decolou. Ao invés disso, chamou seu marido, que solicitou a Dmitry Kasintsev que a acolhesse em seu apartamento. Foi neste local que Trepova foi presa, no dia seguinte ao incidente.

Dmitry Kasintsev, de 27 anos, recebeu a pena de um ano e nove meses de prisão por ajudar a escondê-la, apesar do testemunho de Trepova indicando que nunca haviam se encontrado antes e ele não estava envolvido com o ato terrorista.