Jerônimo Teixeira na Crusoé: O desafio do pós-guerra
Jacob Katz, 25 anos, americano e neto de sobreviventes do Holocausto, serviu no Exército israelense entre 2018 a 2019. Ficou estacionado na fronteira com...
Jacob Katz, 25 anos, americano e neto de sobreviventes do Holocausto, serviu no Exército israelense entre 2018 a 2019. Ficou estacionado na fronteira com a Faixa de Gaza, bem no ponto em que o muro foi derrubado pelos terroristas do Hamas, no último dia 7. De seu posto de vigilância, Katz acompanhava protestos do lado palestino, contidos com gás lacrimogêneo quando havia tentativas de explodir o muro. “Quando eu espiava o outro lado, não via apenas terroristas do Hamas ou da Jihad Islâmica; eu via famílias – homens, mulheres e crianças, todos vagando a esmo”, diz. Katz viu certa vez um grupo de meninos chutando uma bomba de gás quase vazia “como se fosse uma bola de futebol”, esporte que ele mesmo praticou em sua escola na Flórida. “Eu me perguntei como minha vida seria se eu vivesse do outro lado da cerca. Eu teria concordado com aqueles que me diriam para desejar a morte de outro povo?” Recentemente, sob o impacto do massacre do 7 de outubro, ele viajou para Tel Aviv, onde está recolhendo contribuições para o esforço de guerra.
Amjad Abukwaik, 54 anos, palestino de Gaza, vive nos Estados Unidos desde os 19 anos. Hoje é proprietário de uma farmácia em Paterson, Nova Jersey. Na adolescência, escondido no quarto, fazia bandeiras palestinas para serem usadas em protestos contra Israel. Com seus colegas de aula, também atirava pedras nos soldados israelenses que montavam guarda do lado de fora da escola. As pedradas davam vazão a sua raiva por se ver submisso a um poder estrangeiro em sua própria terra. Abukwaik diz, no entanto, que ama os judeus: “Meu problema é com o estado de Israel”. No ano passado, ele levou seu filho, recém-formado na universidade, para conhecer Gaza. O pai espera que a viagem tenha ensinado o jovem a valorizar o conforto de sua vida nos Estados Unidos. Parentes de Abukwaik – uma prima e quatro filhos dela – morreram nos primeiros ataques aéreos de Israel. “Muito da minha amada Gaza se foi”, lamenta o farmacêutico.
Muito tristes, cada…
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