Israel bombardeia Irã em reação a ataques
As Forças de Defesa de Israel dizem que estão realizando "ataques precisos" contra alvos militares iranianos, em resposta a "meses de ataques contínuos"
Israel começou a bombardear o Irã, na noite desta sexta-feira, 25.
Em um comunicado, as Forças de Defesa de Israel dizem que estão realizando “ataques precisos” contra alvos militares iranianos, em resposta a “meses de ataques contínuos do regime do Irã contra o Estado de Israel”.
“O regime do Irã e seus representantes na região têm atacado Israel implacavelmente desde 7 de outubro – em sete frentes –, incluindo ataques diretos a partir de solo iraniano“, dizem os militares.
“Como qualquer outro país soberano do mundo, o Estado de Israel tem o direito e o dever de responder”, diz a nota.
As FDI acrescentam que suas “capacidades defensivas e ofensivas estão totalmente mobilizadas” e que “farão tudo o que for necessário para defender o Estado de Israel e o povo de Israel”.
Em uma breve declaração em vídeo, o porta-voz das FDI, contra-almirante Daniel Hagari, diz que não há mudanças nas instruções para civis neste momento, pois os ataques estão sendo realizados no Irã.
“A FDI estão totalmente preparadas para ataque e defesa. Estamos acompanhando as movimentações do Irã e de seus representantes na região”, afirma Hagari.
“Estamos realizando uma avaliação contínua da situação na retaguarda e, neste estágio, não há nenhuma mudança nas instruções do Comando da Frente Interna. Você deve continuar alerta e vigilante e obedecer às diretrizes do Comando da Frente Interna“, reitera o porta-voz.
Segundo Hagari, mais atualizações serão fornecidas conforme for necessário.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, afirmou em um vídeo na Internet que os ataques foram contra alvos militares específicos.
Uma autoridade israelense não identificada confirmou à NBC que os ataques foram concentrados a alvos militares, e não a campos petrolíferos iranianos, segundo registrou The Times Of Israel.
Dessa maneira, Israel evita problemas com o Estados Unidos. O presidente americano Joe Biden temia que a retaliação de Israel fosse contra plataformas de petróleo e gás natural, o que poderia elevar ainda mais o preço do barril no mundo.
Um eventual aumento no preço do petróleo pode gerar inflação nos Estados Unidos e prejudicar o Partido Democrata na eleição presidencial de novembro.
Ataques simultâneos à Síria
No mesmo momento em que bombardeava o Irã, as forças israelenses atingiram vários centros militares na região central e do sul da Síria, segundo The Times of Israel.
O histórico de terror do Irã contra Israel
Yahya Sinwar, o líder máximo do Hamas eliminado pelas Forças de Defesa de Israel em 17 de outubro de 2024, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, pisou no Irã pela primeira vez em 2012, um ano depois de ter sido libertado da prisão israelense, onde havia passado mais de duas décadas. Naquela ocasião, Ismail Haniyeh, que seria eliminado em Teerã em 31 de julho de 2024, apareceu em vídeo apresentando Sinwar ao aiatolá Seyyed Ali Khamenei, durante reunião de terroristas com o líder supremo iraniano.
“Temos conosco dois irmãos libertados. [Um deles é] Yahya Sinwar, que passou 25 anos de em prisão da ocupação sionista, condenado a 430 anos”, disse Haniyeh enquanto apontava para o futuro idealizador do ataque de 7 de outubro de 2023 cometido pelo Hamas em Israel, resultando em mais de 1200 assassinatos e 251 sequestros, dos quais 101 reféns seguem em cativeiro. Sinwar estava sentado em uma cadeira ao lado de outros palestinos. Khamenei sorriu para ele, antes de dizer que todos ali “emergiriam vitoriosos” em sua luta contra o regime sionista graças às suas fortes crenças.
Seis anos depois, em 21 de maio de 2018, Sinwar admitiu à TV Al-Mayadeen, do Líbano, que o Irã financia o Hamas, e também falou da coordenação do grupo com o Hezbollah em “contatos quase diários”. Ambos os braços terroristas do regime iraniano vêm atacando, respectivamente, o sul e o norte israelenses.
Em 1° de abril de 2024, em meio às reações militares ao massacre de 7/10, Israel bombardeou um edifício em Damasco, na Síria, utilizado por comandantes da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e situado ao lado da embaixada iraniana, cujo prédio permaneceu intacto. “A Guarda é classificada por vários países como organização terrorista e tem histórico de promover mortes e caos no Oriente Médio e pelo mundo, inclusive aqui na América Latina”, apontou a StandWithUs Brasil.
A ação israelense de contraterrorismo foi deturpada pelo Irã como um ataque deliberado à embaixada do país e usada como pretexto para o primeiro ataque direto do regime iraniano contra Israel e sua população, em 13 de abril, com disparos de mais de 300 foguetes, mísseis balísticos e drones.
Em 1° de outubro, o Irã realizou o segundo ataque contra Israel, disparando cerca de 200 mísseis balísticos, dessa vez em retaliação à eliminação, em 27 de setembro, do líder máximo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em bombardeio israelense em Beirute, no Líbano, dez dias após a explosão de milhares de pagers e walkie-talkies que havia deixado o grupo terrorista libanês enfraquecido, com a comunicação e a organização prejudicadas.
A agência de notícias semioficial iraniana Tasnim, citando o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), informou na ocasião que o próprio Irã disse que atacou Israel em resposta ao “assassinato” de Nasrallah.
Em 19 de outubro, após a casa de Benjamin Netanyahu ter sido alvo de um drone lançado do Líbano, o primeiro-ministro escreveu no X:
“A tentativa do representante do Irã, o Hezbollah, de assassinar a mim e a minha esposa hoje foi um grave erro. Isso não vai me deter nem ao Estado de Israel de continuar nossa guerra justa contra nossos inimigos para garantir nosso futuro.”
Netanyahu se reúne com ministro da Defesa
O gabinete do primeiro-ministro israelense publicou uma foto nas redes sociais em que ele aparece reunido com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e generais em um bunker.
O exército israelense divulgou uma foto do Chefe do Estado-Maior, tenente-coronel Herzi Halevi, comandando o ataque ao Irã a partir do centro de comando subterrâneo da Força Aérea Israelense no Campo Rabin, em HaKirya, área militar na Tel Aviv central, junto com o comandante da Força Aérea Israelense, major-general Tomer Bar.
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