O aquecimento global tem trazido diversas mudanças climáticas perceptíveis ao redor do mundo, afetando inúmeros setores, inclusive o turístico ao ponto de levar algumas estações de esqui a armazenar neve.

Com invernos cada vez mais amenos, a constância de neve, essencial para resorts de esqui, tornou-se um desafio significativo.

Em resposta a esta crescente incerteza climática, algumas estações de esqui na Europa vêm adotando essa estratégia inovadora para garantir neve suficiente durante suas temporadas.

O armazenamento de neve é uma prática que está ganhando destaque pela sua eficácia em conservar o recurso natural durante os meses mais quentes.

O que é o armazenamento de neve?

O processo de armazenamento de neve envolve a preservação de grandes montes de neve sob coberturas especiais que impedem seu derretimento.

Esta prática está se tornando cada vez mais comum em locais como a Finlândia, onde o inverno tem sido afetadamente mais quente nos últimos anos.

Como funciona

Na estação de esqui de Ruka, na Finlândia, uma técnica eficiente foi implementada com sucesso.

Durante o fim da última temporada de inverno, a estação cobriu e armazenou dois grandes montes de neve com mantas de poliestireno.

Essas mantas, que podem variar entre 50 e 70 milímetros de espessura, são projetadas especialmente para resistir às altas temperaturas do verão.

Benefícios da técnica de armazenamento

Eficiência: Estudos indicam que cerca de 80 a 90% da neve armazenada sob as mantas consegue sobreviver ao calor do verão, uma taxa significativa que garante pistas operacionais no início da temporada.

Economia: Manter a neve de uma temporada para outra reduz significativamente a necessidade de produzir neve artificial, uma operação que demanda grande quantidade de energia e recursos hídricos.

Sustentabilidade: Ao reduzir a quantidade de neve artificial necessária, as estações de esqui diminuem também o seu impacto ambiental, algo essencial frente aos desafios impostos pelo aquecimento global.

A prática de armazenamento de neve, embora requeira um investimento inicial significativo – entre 50 mil e 100 mil euros por estação –, mostra-se como um investimento valioso a longo prazo, tanto em termos de retorno financeiro quanto de sustentabilidade ambiental.

Esses métodos pioneiros de conservação de neve apresentam uma esperança notável para o futuro do turismo em regiões invernosas, adaptando-se às mudanças do clima enquanto possibilitam a continuação de atividades turísticas e esportivas que dependem diretamente da disponibilidade de neve.