Idioma Sarkese do Reino Unido só possui 3 falantes vivos
Conheça a luta para preservar o Sarkese, a rara língua da 'ilha céu escuro'. Descubra a jornada do linguista Martin Neudörfl e a importância de manter viva esta rara forma de expressão.
Em um pequeno fragmento do mundo, na ilha de Sark, localizada nas Ilhas do Canal entre a Inglaterra e a França, uma língua única está à beira da extinção. Com apenas três falantes nativos ainda vivos, o Sarkese, uma variante do idioma normando, enfrenta o desafio da sobrevivência.
A ilha de Sark, com cerca de 500 habitantes, é um lugar de particularidades. Sem carros, a população se locomove a pé, de bicicleta ou carruagens puxadas a cavalo. É também um local reconhecido como a primeira “ilha céu escuro” do mundo, devido à ausência de poluição luminosa.
Como o Sarkese se mantém como herança?
No seio desta sociedade singular, o Sarkese mantém-se como testemunho de uma herança linguística rara. Trata-se de uma das mais antigas línguas galo-românicas ainda existentes, trazida para a ilha por colonos de Jersey em 1565. A língua normanda foi formada a partir da fusão entre o idioma dos vikings nórdicos que se estabeleceram na atual Normandia, na França, com a língua do povo local.
O linguista tcheco Martin Neudörfl tem trabalhado desde 2016 para documentar, codificar e revitalizar o Sarkese. “Chamo-o de uma janela para o passado… É apenas incrível o que eles [os falantes] preservaram”, diz ele. Sua dedicação inclui centenas de horas gravando conversas com os três últimos falantes nativos: Margaret Toms, Joyce Southern e Esther Perrée.
Qual o processo de “salvamento”
O progresso tem sido significativo, chegando ao ponto de o Sarkese poder ser ensinado. Neudörfl ministra aulas semanais online para adultos e também ensina os alunos da única escola da ilha de Sark. Mas, ele adverte que o Sarkese não é uma língua fácil de aprender: “Existem muitas vogais. Em francês, são cerca de 17; em Sarkese, cerca de 50”.
A revitalização da língua tem como objetivo preservar a identidade cultural única da ilha. Michelle Brady, diretora da Sark School, ressalta a importância de transmitir o Sarkese para a nova geração. E, para os poucos que têm o Sarkese como primeira língua, como a idosa Esther Perrée, é uma questão de orgulho e preservação da herança cultural.
A história do Sarkese destaca a importância das linguagens enquanto forma de expressão e identidade cultural e a necessidade de esforços para preservar os idiomas em perigo de extinção.
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