Hamas conta com esse tipo de cobertura, critica porta-voz do Exército israelense
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus, pediu cautela e depois criticou a cobertura midiática do bombardeio israelense a um reduto do Hamas em Jabaliya, região localizada...
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus, pediu cautela e depois criticou a cobertura midiática do bombardeio israelense a um reduto do Hamas em Jabaliya, região localizada ao norte da Faixa de Gaza.
“Que equívoco chamá-la de ‘campo de refugiados’”, escreveu Conricus no X, antigo Twitter. “Atingimos ali um alvo de elevado valor, depois de apelarmos aos civis, ao longo de duas semanas, para evacuarem do norte de Gaza”, afirmou o porta-voz, referindo-se ao local atingido como “um enorme complexo de túneis onde um importante terrorista do Hamas estava escondido”.
“Ibrahim Biyari e dezenas de outros terroristas foram confirmados como mortos. Continuaremos a caçar líderes e combatentes do Hamas onde quer que eles se escondam”, garantiu Conricus, ao publicar um vídeo de sua participação ao vivo na CNN Internacional.
Questionado na TV pelo âncora Wolf Blitzer sobre mortes de “um grande número de palestinos inocentes, muitos dos quais mulheres e crianças”, o porta-voz das FDI contestou a pressa em sustentar essa alegação.
“Eu exercitaria muita cautela em tomar como base relatos que saem de Gaza. Lembro como o episódio do hospital Al-Ahli começou, com relatos de 500 pessoas mortas e depois 800 pessoas mortas, e sei como terminou. Fomos acusados de matar muitos civis palestinos, depois ficou claro o que aconteceu e também ficou claro que o número de mortes de civis foi bastante inflado pelas chamadas ‘autoridades em Gaza’, o que é basicamente dizer: Hamas. Agora, não estou dizendo que não há mortes de civis. O que estou dizendo é que nós atacamos um importante alvo militar, Ibrahim Biyari, um comandante de batalhão que estava liderando operações e lutando contra Israel quando foi alvejado. Ele e outras dúzias de combatentes inimigos estavam num complexo de túneis subterrâneos. Atacamos esse complexo de túneis, o que causou o seu colapso. O nosso relatório é que dúzias dos operadores do Hamas foram mortos. Essas são mortes que precisam ser apontadas em qualquer relato que saia da Faixa de Gaza”, defendeu Conricus.
“Também entendo que houve um dano estrutural significativo ao redor: isto ocorre porque o Hamas construiu esse complexo sob edifícios, que provavelmente colapsaram como resultado do ataque. É preciso colocar em contexto que esta é uma área no norte de Gaza, de onde nós temos pedido por quase duas semanas que civis palestinos evacuem. A maioria deles evacuou. Mas questiono e quero entender por que palestinos escolhem ou são forçados a permanecer naquela área em risco direto a suas vidas. Eles deveriam se mover para o Sul, eles não deveriam estar em uma zona de guerra, na principal área de combate. E não é tarde demais para conclamar os palestinos do Norte de Gaza: por favor, evacuem para o Sul, porque o Hamas usa civis como escudos humanos. O acontecimento de hoje é um exemplo claro disso”, ponderou o porta-voz.
Quando o âncora da emissora insistiu na pergunta sobre as baixas, usando os mesmos termos, Conricus respondeu:
“De novo, Wolf, você fica repetindo ‘mulheres e crianças’, tudo isso. Nós não vimos números confirmados disso. Vimos relatos saindo de uma parte envolvida no conflito. Não vi números confirmados de qualquer morte de civis. Entendo que pode haver, mas recomendo cautela em alegar que eles morreram. E já vimos isso no passado: muitas vezes, levam-se semanas para entender quem foi morto em qualquer atividade específica e devemos ter cuidado em alegar que houve mortes de não combatentes. Nós divulgamos vídeos do ataque e, naquele vídeo, todo mundo pode ver claramente que nossas bombas atingiram o local entre os prédios, não os prédios, porque estávamos mirando o complexo de túneis onde os líderes do Hamas e seu centro de comando estavam. Não atacamos prédios. Se estivéssemos atacando prédios e causando mortes de civis, é claro que a situação seria diferente, mas não estamos. E continuamos operando de acordo com as leis de guerra. Continuamos a distinguir. Continuamos a usar força proporcional, a mínima quantidade de força que podemos usar para atingir o alvo militar”, concluiu o porta-voz, acrescentando que é preciso coletar mas também verificar com cuidado as informações sobre baixas, para distinguir terroristas e civis.
Depois, Conricus publicou um vídeo de sua participação em outro programa da mesma emissora e, diante da repetição dos expedientes que repudia, escreveu:
“O Hamas conta exatamente com este tipo de cobertura da CNN Internacional para pressionar Israel a um cessar-fogo, e não se preocupa em sacrificar os habitantes de Gaza como escudos humanos. Não seremos dissuadidos e continuaremos a desmantelar o Hamas, apelando à população para que evacue o norte de Gaza.”
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