Filho diz que Margaret Thatcher teria votado a favor do Brexit
Sir Mark Thatcher afirma que ex-primeira-ministra priorizaria soberania do Parlamento britânico
O filho de Margaret Thatcher, Sir Mark Thatcher, afirmou que ela teria votado a favor do Brexit para preservar o poder do Parlamento britânico.
A declaração foi dada no centenário de nascimento da ex-primeira-ministra e rebate a versão de ex-assessores de que ela apoiaria a permanência na União Europeia.
Sir Mark disse que a mãe apoiava a integração europeia enquanto o projeto tinha caráter econômico.
Segundo ele, tudo mudou quando o bloco passou a adotar ambições políticas. “Enquanto era uma comunidade econômica, ela apoiava totalmente. Mas se virou uma união política, ela se tornou menos entusiasmada”, afirmou ao jornal The Sun.
Ele acrescentou que Margaret Thatcher avaliaria a questão com base na soberania nacional. “Quem deve governar o Reino Unido é o Parlamento em Westminster, não Bruxelas”, disse.
“A dúvida seria se as perdas econômicas valeriam a pena em troca de recuperar o controle político e financeiro”, completou.
A leitura do filho encontra eco em análises do historiador e biógrafo Niall Ferguson.
O acadêmico descreve Thatcher como “a mulher que salvou a Grã-Bretanha” por enfrentar a estagnação econômica e restaurar o prestígio internacional do país.
Em textos recentes, Ferguson destacou que ela “rejeitava o conformismo europeu” e acreditava no poder das nações autônomas.
O historiador afirma ainda que Thatcher foi uma das líderes mais decisivas do século 20.
Para ele, sua convicção de que a Grã-Bretanha deveria seguir seu próprio caminho moldou não apenas sua política econômica, mas também sua visão sobre o papel do país no mundo.
Nos anos 1970, Margaret Thatcher apoiou a campanha “Mantenha a Grã-Bretanha na Europa”, quando o bloco era voltado ao comércio. Anos depois, já no governo, endossou o Ato Único Europeu, que eliminou barreiras comerciais entre 12 países.
Pouco depois, mudou de posição. Em discurso na faculdade College of Europe, em Bruges, criticou o avanço do poder de Bruxelas e alertou contra o surgimento de um “superestado europeu”. O pronunciamento é lembrado como o início de sua guinada eurocética.
Em sessão na Câmara dos Comuns, reagiu às propostas do presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, com o célebre “Não. Não. Não”.
A resposta simbolizou sua oposição à centralização do poder europeu e abriu divisões dentro do Partido Conservador.
Ao justificar a visão da mãe, Sir Mark comparou o projeto de unificação europeia à antiga União Soviética. “Enquanto a União Soviética se desintegrava por ser uma massa amorfa de nacionalidades, a Europa tentava juntar todos em uma massa amorfa”, afirmou.
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