Felippe Hermes na Crusoé: A motosserra de Milei
Em sua coluna semanal para Crusoé, Felippe Hermes traz nesta edição uma reflexão sobre o mais novo responsável por assumir o "pior cargo do mundo": o de presidente da Argentina. Ele ressalta os desafios que Javier Milei vai enfrentar pela frente, o que os argentinos podem esperar.
Em sua coluna semanal para Crusoé, Felippe Hermes traz nesta edição uma reflexão sobre o mais novo responsável por assumir o “pior cargo do mundo”: o de presidente da Argentina. Ele ressalta os desafios que Javier Milei vai enfrentar pela frente, o que os argentinos podem esperar.
Há um velho ditado que diz: se você deixar a Argentina e retornar em 20 dias, tudo terá mudado. Se retornar em 20 anos, nada terá mudado.
Javier Milei assumiu no último domingo o pior emprego do mundo, o cargo de presidente argentino, com a missão de dar um basta na atual situação.
Em um país acostumado aos grupos de interesse, fortemente fermentados pelo trabalhismo, Milei se elegeu prometendo “passar a motossera” em “tudo isso que está aí”.
À primeira vista, Milei é mais um dos expoentes “antipolítica”. É o que nossa imprensa nacional, acostumada a noticiar tudo que chega via WhatsApp de “fontes do Planalto”, e que acredita que o mundo se resume a um corredor em Brasília, tentará emplacar.
Mas a realidade é um pouco distinta. Ela exige, para além de um olhar histórico, entender que o Brasil não é uma proxy de qualquer país no planeta. Existem estruturas e instituições diferentes das nossas, ainda que, em se tratando da Argentina, muitas delas sejam bastantes parecidas.
Milei não é exatamente um voto cansado, ainda que tenha contado com bom apelo junto aos mais jovens, tradicionalmente revoltados contra a situação (seja ela qual for). Milei é, acima de tudo, alguém que entende conceitos básicos, e muitos conceitos avançados, no jogo econômico.
É importante, portanto, entender que sua gestão não será um bravateio sem fim, com motociatas para relaxar enquanto algum ministro faz o trabalho. Milei deve se envolver diretamente, e será a alma de uma transformação radical.
Mas afinal, o que exatamente precisa mudar?
Filha prodígio do império espanhol, a Argentina “saiu da casa dos pais” em 1810, vivendo então um século de estabilidade ainda imbatível entre os pares latino-americanos.
Ao contrário do México, o país viveu sob uma constituição liberal, com forte apelo cosmopolita, atraindo investimentos estrangeiros desde os seus primórdios.
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