Famílias e refém resgatado apelam por acordo entre Israel e Hamas
“Não há alternativa à vitória”, diz Netanyahu, após morte de oito soldados em Gaza
O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas organizou uma manifestação no sábado, 15 de junho, em Begin Gate, em Tel Aviv, onde mais uma vez instou o governo de Israel a aceitar qualquer acordo que resulte na libertação dos reféns restantes da Faixa de Gaza, embora o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenha afirmado dias antes que a última resposta do Hamas foi negativa.
Resgatado juntamente com Almog Meir Jan (21 anos), Noa Argamani (25) e Shlomi Ziv (40) na “Operação Arnon”, realizada por militares israelenses disfarçados de moradores de Gaza, o ex-refém Andrey Kozlov (27) gravou um vídeo em inglês, divulgado pelo Fórum, reiterando o apelo por acordo e mostrando que sua felicidade não é completa porque praticamente a metade dos 239 sequestrados em 7 de outubro ainda não foi trazida de volta.
“Quase todos os sábados eles nos mostravam todas as manifestações que vêm acontecendo em Tel Aviv, em Jerusalém. E eu não… eu não contei quantas pessoas estavam lá, mas vi que eram muitas. Eu me lembro de como Almog reagiu na primeira vez que viu sua foto… Ele começou a… [Suspira alto.] Sou eu, sou eu no cartaz, sou eu! E, para ele, foi… [Respira alto.] Ele começou a respirar mais livremente, sabe? Vocês gastaram muito tempo e muito esforço para nos trazer para casa. E isso é uma das coisas que me deram esperança. Vocês são heróis. Vocês são… vocês são heróis. Mais de 120 reféns ainda estão lá. E eu não consigo sentir toda a felicidade dessa situação porque eu fui libertado e eles não. Eles ainda estão lá em Gaza. Para todos os reféns que ainda estão em Gaza, é apenas uma decisão. Apenas uma. É o acordo entre Israel e o Hamas. Peço que os tragam para casa o mais rápido possível. Israel, mundo, Hamas, peço que façam um acordo o mais rápido possível”, disse Andrey Kozlov.
Einav, mãe do refém Matan Tsengaoker, declarou que, “embora existam lacunas nas negociações de acordo de reféns, elas podem ser superadas”. “Pedimos que o governo israelense tome a iniciativa e elimine essas lacunas para fechar um acordo imediatamente.”
Yael Alon, filha órfã da Guerra do Yom Kippur e mãe enlutada da atual guerra com o Hamas, disse: “Eu experimentei o pior de tudo na minha carne, duas vezes, e estou aqui para gritar e gritar ‘não mais!’.”
O temor entre as famílias presentes na manifestação é que a continuação da guerra aumente a quantidade de vidas perdidas, tanto de reféns quanto de militares das Forças de Defesa de Israel que operam em Gaza.
No sábado, as FDI anunciaram a morte de oito soldados em uma explosão em Rafah, sete deles identificados: Wassem Mahmoud, Eliyahu Moshe Zimbalist, Itay Amar, Stanislav Kostarev, Orr Blumovitz, Oz Yeshaya Gruber, e Yakir Ya’akov Levi – todos entre 19 e 23 anos.
“Fomos informados de um trágico incidente no qual oito soldados foram mortos. Oito famílias já se juntaram às famílias enlutadas. Nossos corações estão partidos e enviamos nossas condolências a elas”, disse Eyal Eshel, pai de Roni Eshel, que foi assassinado em 7 de outubro no kibutz Nahal Oz.
O que diz Netanyahu?
Benjamin Netanyahu lamentou no sábado a morte dos oito militares, antes da divulgação de todos os nomes. Para o primeiro-ministro, “apesar do preço elevado e perturbador” da guerra, “não há alternativa à vitória”.
Eis a íntegra de seu discurso:
“Cidadãos de Israel, hoje pagamos um preço doloroso em nossa guerra justa em defesa de nossa pátria. Com profunda tristeza e em pesado luto, inclino minha cabeça junto com todos os cidadãos de Israel e choro pela queda de nossos heróicos combatentes: o vice-comandante de um batalhão de engenharia, capitão Wassem Mahmoud, e outros soldados heróicos cujos nomes ainda não foram divulgados.
Nossos corações estão despedaçados diante desta terrível perda. Todo o povo de Israel abraça as queridas famílias nos seus momentos mais difíceis de luto. Estou ao lado dos nossos bravos combatentes e comandantes, que estão imbuídos da missão sagrada de derrotar os nossos inimigos e devolver os nossos reféns.
Quando o preço é tão alto, lembremo-nos por que lutamos: lutamos para garantir a nossa existência e o nosso futuro. Estamos lutando para devolver todos os nossos reféns.
Esta guerra difícil nos foi imposta por um inimigo abominável e assassino. Em Simchat Torá, os monstros do Hamas invadiram os nossos kibutzim, as nossas comunidades, as nossas cidades e o festival dos jovens que desejavam apenas o bem. Eles massacraram, violaram, decapitaram, queimaram, desmembraram e raptaram os nossos irmãos e irmãs – bebês e crianças, mulheres e homens, jovens e idosos.
Este inimigo monstruoso não tem intenção de parar por aqui. Juntamente com as outras partes do eixo do mal do Irã, continuará a tentar nos destruir. Se não pararmos isso, isso não irá parar. Portanto, não há alternativa à vitória.
Cidadãos de Israel, não deixem que ninguém os distraia de um fato claro e simples: apesar do preço elevado e perturbador, devemos nos agarrar aos objetivos da guerra: a destruição das capacidades militares e de governo do Hamas, o regresso de todos os nossos reféns, garantindo que Gaza nunca mais constituirá uma ameaça para Israel e para o regresso seguro dos nossos residentes às suas casas, tanto no norte como no sul.
Estamos no meio de uma guerra muito difícil. A guerra está sendo conduzida em diversas frentes, incluindo a frente internacional. Estamos prontos para muitos desafios adicionais. É neste momento que devemos mostrar a força de espírito do nosso povo, graças à qual vencemos todos os nossos inimigos. Assim será desta vez também. ‘É um tempo de angústia para Jacó, mas dele ele será salvo.’ (Jeremias 30:7)
Juntos lutaremos e, com a ajuda de Deus, juntos venceremos.”
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