Exposição paterna a microplásticos pode afetar a saúde dos filhos, aponta estudo
A poluição que atravessa gerações
A contaminação por microplásticos pode ir muito além do indivíduo exposto. Um novo estudo científico revelou que o contato do pai com essas partículas antes da concepção pode provocar alterações metabólicas nos filhos, com efeitos mais graves observados nas filhas. A descoberta reacende o alerta sobre impactos silenciosos da poluição plástica entre gerações.
O que são microplásticos e por que eles preocupam tanto?
Microplásticos são fragmentos minúsculos de plástico, geralmente com menos de cinco milímetros, formados pela degradação de embalagens, fibras sintéticas e objetos de uso cotidiano. Eles se espalham facilmente pelo ar, pela água e pelos alimentos.
Por estarem presentes em praticamente todos os ambientes, essas partículas acabam sendo ingeridas ou inaladas diariamente, levantando preocupações crescentes sobre seus efeitos a longo prazo na saúde humana.

Como a exposição do pai pode afetar a saúde dos filhos?
Pesquisadores observaram que ratos machos expostos a microplásticos antes da reprodução geraram descendentes com maior propensão a distúrbios metabólicos. Entre os problemas identificados estão hiperglicemia, aumento da pressão arterial e acúmulo excessivo de gordura corporal.
Essas alterações elevam o risco de doenças cardíacas e diabetes, indicando que a contaminação ambiental pode deixar uma marca biológica transmitida à próxima geração.
Por que as filhas foram mais afetadas do que os filhos?
O estudo revelou diferenças importantes entre os sexos. As fêmeas apresentaram maior vulnerabilidade a quadros semelhantes ao diabetes, além de redução de massa muscular e alterações inflamatórias no fígado.
Já os descendentes machos não desenvolveram diabetes, mas mostraram mudanças moderadas na composição corporal. As razões exatas dessa diferença ainda não são totalmente compreendidas, mas indicam um efeito específico ligado ao sexo.
O que os cientistas descobriram no material genético?
Utilizando uma técnica avançada de sequenciamento, os pesquisadores identificaram alterações em moléculas de ARN presentes no esperma dos pais expostos aos microplásticos. Essas moléculas não alteram o DNA, mas regulam como certos genes são ativados durante o desenvolvimento embrionário.
Segundo os cientistas, essa é a primeira evidência de que microplásticos podem modificar o perfil genético funcional do esperma e influenciar diretamente a saúde metabólica da descendência.
#Microplastics are increasingly detected in human tissues, with potential links to cognitive, cardiovascular, and inflammatory outcomes.
— JAMA (@JAMA_current) December 2, 2025
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Como reduzir a exposição diária aos microplásticos?
O calor é um dos principais fatores que facilitam a liberação de microplásticos no ambiente doméstico. Aquecer alimentos em recipientes plásticos ou usar utensílios sintéticos com líquidos quentes aumenta significativamente a contaminação.
Especialistas recomendam algumas medidas simples para diminuir o contato diário com essas partículas.
- Evitar aquecer alimentos e bebidas em recipientes plásticos
- Preferir vidro ou aço inoxidável na cozinha
- Lavar roupas sintéticas com água fria ou morna
- Reduzir o uso de plásticos antigos ou desgastados
Por que esse estudo acende um alerta importante?
Os resultados sugerem que a poluição plástica não afeta apenas quem está diretamente exposto, mas pode influenciar a saúde de futuras gerações. Isso amplia o debate sobre responsabilidade ambiental e prevenção.
Para os pesquisadores, homens que planejam ter filhos devem considerar a redução do contato com microplásticos como uma medida de cuidado não apenas pessoal, mas também familiar.
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