Ex-refém do Hamas faz Parlamento ouvir gravação do sequestro
Em conferência para assinalar o dia internacional das mulheres, Mia Regev esteve presente no Parlamento do Estado de Israel, onde apresentou o áudio do momento do seu sequestro
No dia da sua libertação, no final de novembro de 2023, Mia Regev, vestindo moletom e calça caminhou de muletas até a ambulância da Cruz Vermelha. Seu pé esquerdo estava enfaixado e com pinos.
Ela havia levado um tiro na perna e seus pés foram operados e reconectados de cabeça para baixo pelo grupo terrorista.
Sua libertação foi celebrada pelos seus familiares de maneira comedida, já que seu irmão ainda permanecia em Gaza como refém dos terroristas.
Tiro no quadril
Itay foi libertado depois da irmã. Ele levou um tiro no quadril e disse que o Hamas o operou enquanto ele estava totalmente consciente, como uma forma de tortura.
Mia Regev e o irmão mais novo, Itay, de 18 anos, foram duas das centenas de pessoas atacadas no festival de música Supernova pelos terroristas do Hamas no dia 7 de outubro.
Nessa terça, 5 de março, Mia esteve presente no Parlamento do Estado de Israel, em conferência para assinalar o dia internacional das mulheres.
Depoimento
Leia a seguir a transcrição do trecho da fala de Mia no qual ela apresenta ao Parlamento o áudio do momento do seu sequestro.
“Em 7 de outubro, Itay, meu irmão mais novo e Omer Shem Tov, um dos meus melhores amigos, Ori Danino, eu e um pouco mais de 220 civis e soldados fomos levados a Gaza pelos assassinos. Desde então passaram 151 dias e restam ainda lá 134 reféns e restos mortais. Meu irmão Itay e eu fomos liberados no contexto do último acordo de trégua. No momento do rapto, eu estava no telefone conversando com meu pai. Eu vou fazer vocês ouvirem o registro e voltarei a isso depois. Eu espero que vocês consigam escutar.”
Áudio da ligação telefônica de Mia para o seu pai:
Mia: Papai
Pai de mia: Tá tudo bem?
(Mia grita)
-Papai! Estou levando um tiiiiiro!
– Onde você está?
(Mia está em choque e não consegue conversar mais com seu pai)
– Onde você está. Envie-me uma localização. Esconda-se!
– Eu não consigo sair daqui!
– Eu vou até você. Envie-me uma localização
(Gritos)
– Eu preciso de uma localização, meu Deus!!”
Enquanto se recuperava no hospital, após ter sido mantida em cativeiro pelo Hamas durante 50 dias, Mia já havia dado algumas declarações para a imprensa: “No primeiro dia arrancaram a minha roupa. Tiraram a minha roupa, tiraram o brinco das minha orelhas. Tiraram o meu nome, tiraram tudo de mim. Antes de eu voltar pra casa disseram-me que ninguém queria saber de mim e que eu ia morrer em Gaza”, declarou a ex-refém.
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