EUA liberam 80 mil páginas de arquivos sobre assassinato de JFK
A liberação dos documentos ocorre após décadas de adiamentos por sucessivos governos
O governo dos Estados Unidos divulgou aproximadamente 80 mil páginas de documentos sobre o assassinato do ex-presidente John F. Kennedy, ocorrido em 1963.
Segundo comunicado do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI), os arquivos podem ser acessados online ou em formato físico no Arquivo Nacional em College Park, Maryland.
A agência informou que os documentos que atualmente exigem consulta presencial estão sendo digitalizados e serão incorporados ao repositório público nos próximos dias.
Entre as revelações contidas nos documentos, destacam-se informações sobre o possível envolvimento da CIA com Lee Harvey Oswald, principal suspeito de ter cometido o assassinato.
Um memorando de novembro de 1963 mostra que um oficial da agência manifestou preocupação com as atividades de Oswald, incluindo suas visitas às embaixadas soviética e cubana na Cidade do México semanas antes do crime. Apesar disso, as advertências foram ignoradas por seus superiores.
Os arquivos também alimentam a teoria da existência de um segundo atirador, contrariando a conclusão da Comissão Warren de que Oswald agiu sozinho.
Relatórios balísticos e testemunhos indicam inconsistências na narrativa oficial e sugerem que um dos disparos pode ter sido feito do “grassy knoll”, uma colina com vista privilegiada para a passagem da comitiva presidencial.
Outros documentos sugerem possíveis conexões entre o assassinato e o crime organizado. Transcrições de grampos telefônicos mostram mafiosos discutindo a necessidade de “dar um fim” em Kennedy, e registros apontam ligações entre chefes da máfia de Chicago e grupos paramilitares cubanos.
Esses vínculos reforçam suspeitas de que elementos da máfia, aliados a cubanos anticastristas e dissidentes da CIA, poderiam ter participado de um complô contra o presidente.
Um dos arquivos recém-liberados menciona o envio de US$ 25 mil por um oficial da CIA a um grupo anti-Castro ligado a Oswald. Outros documentos detalham a vigilância da CIA sobre os contatos do suspeito com agentes cubanos, sem que nenhuma ação preventiva tenha sido tomada.
Outro ponto intrigante nos registros é um memorando do FBI que documenta uma ligação anônima recebida antes do assassinato de Oswald, na qual o interlocutor previu que ele seria morto por Jack Ruby, o que levanta questões sobre o conhecimento prévio de sua execução.
A liberação dos documentos ocorre após décadas de adiamentos por sucessivos governos.
A Lei de Registros do Assassinato de John F. Kennedy, sancionada em 1992, determinou a divulgação completa dos arquivos, mas parte do material permaneceu sob sigilo por alegações de segurança nacional.
Com a publicação atual, o Arquivo Nacional afirma que mais de 97% dos registros sobre o caso já estão acessíveis ao público.
Pesquisadores e historiadores levarão meses para analisar os novos documentos em busca de informações que possam esclarecer um dos episódios mais debatidos da história dos Estados Unidos.
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