Escada subterrânea que leva à 'Pompeia perdida' é descoberta e revela detalhes sobre a vida privada romana

30.12.2025

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Escada subterrânea que leva à ‘Pompeia perdida’ é descoberta e revela detalhes sobre a vida privada romana

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4 minutos de leitura 30.12.2025 07:34 comentários
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Escada subterrânea que leva à ‘Pompeia perdida’ é descoberta e revela detalhes sobre a vida privada romana

Escada foi identificada na Casa del Tiaso, já conhecida pelos arqueólogos, mas agora com novas revelações

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Escada subterrânea que leva à ‘Pompeia perdida’ é descoberta e revela detalhes sobre a vida privada romana
Estádio na antiga cidade de Pompeia, Nápoles, Itália. Créditos: depositphotos.com / lara-sh

Uma escadaria subterrânea encontrada recentemente em Pompeia revelou uma parte até então desconhecida da cidade romana e reacendeu o interesse pela chamada “Pompeia perdida”.

A descoberta diz respeito aos andares superiores e estruturas ainda soterrados pelas cinzas do Vesúvio, essenciais para entender a arquitetura e a vida privada da elite no século I d.C.

O que a escadaria da Casa del Tiaso revela sobre a Pompeia perdida

A escada foi identificada na Casa del Tiaso, já conhecida pelos arqueólogos, mas agora ligada a novos acessos que provavelmente conduziam a um terraço ou torre privada, e não a simples porões de serviço.

Dali, seria possível observar a cidade, o golfo de Nápoles e o céu noturno, elementos associados a prestígio, contemplação e práticas religiosas na cultura romana.

Modelos 3D do projeto Pompeii Reset indicam que muitos andares superiores seguem soterrados a até cinco metros de profundidade, e a nova escadaria funciona como elo físico entre os níveis já escavados e esse setor oculto, reforçando a hipótese de uma arquitetura vertical mais complexa do que se supunha.

Como os andares superiores mudam a visão sobre a vida privada da elite

A análise da escadaria sugere que a elite de Pompeia mantinha ambientes exclusivos no alto das residências, destinados a confraternizações restritas, negociações discretas e momentos de lazer noturno.

Assim, o luxo não se concentrava apenas em átrios e jardins, mas também em salões e quartos elevados, afastados dos olhares de clientes e vizinhos.

Pesquisadores do parque arqueológico apontam que esses pavimentos altos podem ter abrigado diferentes tipos de ambientes, indicando uma vida doméstica segmentada e hierarquizada dentro da própria casa.

  • Salas de banquete refinadas para convidados selecionados;
  • Quartos de hóspedes reservados a visitas importantes;
  • Terraços panorâmicos para convívio noturno e observação do céu;
  • Espaços de culto doméstico dedicados a divindades protetoras.
Escada subterrânea que leva à Pompeia perdida é descoberta e revela detalhes sobre a vida privada romana
Escadaria de pedra na residência nomeada de Casa del Tiaso. Foto: Susanne Muth/Dirk Mariaschk/Elis Ruhemann/Pompeii Reset Project/Humboldt University of Berlin

Por que parte de Pompeia permanece soterrada e como é estudada

Desde 1748, mais de 13 mil cômodos foram identificados, mas cerca de um terço da área urbana continua sob cinzas, e muitos andares superiores seguem colapsados ou enterrados.

A chamada “Pompeia perdida” inclui não só bairros inteiros, mas também níveis superiores e detalhes arquitetônicos que ainda não podem ser totalmente expostos.

Para equilibrar exploração e preservação, arqueólogos recorrem a técnicas não invasivas, como scans a laser, fotogrametria e mapeamento 3D, priorizando o registro digital em alta resolução e escavações pontuais para reduzir danos e guardar informações para futuras gerações de pesquisadores.

Leia também: O que diz a lei sobre todas as casas dessa cidade terem que ter o telhado da mesma cor

Que pistas a arte e a engenharia fornecem sobre torres e terraços

Afrescos e mosaicos de Pompeia e de outras cidades retratam vilas com torres, mirantes e jardins suspensos, sugerindo que estruturas elevadas eram símbolos de status no período imperial.

Essas representações dialogam diretamente com a escadaria da Casa del Tiaso, que se encaixa nesse imaginário de prestígio urbano.

Achados construtivos mostram o uso de concreto romano resistente, capaz de sustentar vários andares e terraços amplos, o que ajuda a explicar a sobrevivência de paredes e escadas após o colapso de 79 d.C. e reforça a ideia de uma cidade muito mais vertical do que a imagem tradicional sugere.

O que a Pompeia perdida representa para a pesquisa futura

A escadaria recém-descoberta deixa de ser um elemento isolado e passa a funcionar como peça-chave na reconstituição da vida privada da elite romana, conectando níveis visíveis e invisíveis da cidade.

Cada novo acesso escavado permite rever ideias sobre organização social, usos do espaço e práticas culturais em Pompeia.

Ao combinar escavações controladas, tecnologias digitais avançadas e leituras interdisciplinares, a “Pompeia perdida” se afirma menos como um mistério oculto e mais como um vasto laboratório em andamento, no qual cada degrau encontrado amplia o entendimento sobre um dos centros urbanos mais emblemáticos do mundo antigo.

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