O grande mestre do xadrez russo e ativista anti-guerra Garry Kasparov foi adicionado, nessa quarta-feira, 7 de março, a uma lista de “terroristas e extremistas”, compilada pelo serviço de monitoramento financeiro da Rússia.

Garry Kasparov, que deixou a Rússia em 2013 temendo ser processado pelo seu papel nos protestos de 2011-2012 que exigiam eleições justas, há muito é um crítico ferrenho do Kremlin e da invasão russa da Ucrânia. Ele já havia sido rotulado de “agente estrangeiro” por sua atividade política.

O nome de Kasparov na lista está marcado com um asterisco, o que significa que foi aberto um processo criminal contra ele por acusações de terrorismo.

Juntamente com várias outras figuras políticas russas proeminentes no exílio, Kasparov criou o Comitê Anti-Guerra da Rússia em Fevereiro de 2022, que foi considerado uma “organização indesejável” pelo governo russo no final do ano passado.

O Fórum Rússia Livre, uma conferência semestral da oposição russa co-fundada por Kasparov, também foi adicionado à lista de “organizações indesejáveis” no ano passado.

Kasparov, que nasceu em Baku, no Azerbaijão, no que era então a União Soviética, tornou-se o mais jovem campeão mundial de xadrez aos 22 anos, em 1985. Ele foi classificado como o jogador de xadrez número um do mundo por um recorde de 255 meses desde 1984 até sua aposentadoria, em 2005.

Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, Kasparov comentou o fato de ser considerado terrorista pelo regime de Putin:

“Uma honra que diz mais sobre o regime fascista de Putin do que sobre mim. Como disse Goldwater, o extremismo na defesa da liberdade não é um vício e a moderação na busca da justiça não é uma virtude! Mas toda a oposição, ou a simples decência, deve ser chamada de extremista pela ditadura”, escreveu o enxadrista.

Kasparov está exilado desde 2013 e atualmente mora nos Estados Unidos. Em 2007, foi preso duas vezes por participar de uma manifestação contra o governo do presidente Vladmir Putin.