Em resposta à onda da manifestações que tomou várias cidades dos Estados Unidos nas últimas semanas, Donald Trump assinou nesta terça-feira um decreto que determina uma reforma das polícias do país.

O texto, considerado “limitado” pela oposição democrata e por ONGs de combate ao racismo e à violência policial, fará com que os EUA adotem “os mais altos padrões profissionais para servir suas comunidades”, segundo o presidente americano.

“Ninguém precisa de uma força policial forte e confiável mais do que aqueles que vivem em áreas em dificuldades, e ninguém mais do que os bons policiais quer se livrar do pequeno número de policiais ruins”, afirmou Trump ao assinar o decreto.

O texto estabelece que o financiamento às polícias só será permitido caso parem de ser adotadas as chamadas “manobras de sufocamento” nas abordagens das forças de segurança. Foi assim que George Floyd morreu no dia 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), sufocado por um policial.

De acordo com Trump, a prática só será admitida se a vida do policial estiver em risco.

A medida assinada hoje também determina que o secretário de Justiça dos EUA “identifique e desenvolva oportunidades” de treinamento para os policiais, tanto envolvendo a saúde mental quanto as operações no dia a dia, além de agentes que estejam em situação de vulnerabilidade.

Segundo a Casa Branca, o decreto também facilita que informações sobre policiais sejam compartilhadas de modo a permitir o rastreamento de eventual histórico de queixas contra agentes envolvidos em episódios de violência ou uso desmedido da força.

“Reduzir o crime e elevar os padrões [das ações policiais] não são objetivos opostos. Eles não são mutuamente exclusivos. Eles trabalham juntos”, afirmou Trump.

Há dez dias, Trump reagiu à decisão de alguns prefeitos e governadores de reformularem as polícias locais. Na ocasião, o presidente americano disse que não permitiria que a força policial do país fosse “desmantelada”.

“Não haverá redução de orçamento [para as polícias]. Não haverá desmantelamento da nossa polícia. Não haverá dissolução da nossa polícia. Nossa polícia é a responsável por vivermos em paz.”