Eitan, sequestrado pelo Hamas, foi espancado por civis em Gaza
"Eitan passou por coisas terríveis. O Hamas forçou-o a ver o vídeo dos horrores, o filme que ninguém quer ver"
Eitan Yahalomi, 12 anos, foi sequestrado no Kibutz Nir Oz. O seu pai ainda está nas mãos do Hamas. O seu testemunho aumentou a raiva de muitos israelense não só contra o Hamas mas também contra a população de Gaza, já elevada devido à participação de alguns de seus habitantes nos ataques de 7 de Outubro e aos seus gritos de encorajamento ao Hamas.
“Quando Eitan chegou a Gaza, todos os civis daquela área o espancaram. Ele é um menino de 12 anos. Estamos falando de um menino de 12 anos”, denunciou um de seus parentes: ” Talvez eu fosse ingênuo e quisesse… Eu esperava que eles o tratassem bem, mas aparentemente não. Eles são monstros”, desabafou.
“Eitan passou por coisas terríveis. O Hamas forçou-o a ver o vídeo dos horrores, o filme que ninguém quer ver”, disse, referindo-se às imagens filmadas pelos próprios terroristas durante os ataques nos kibutzim, que os terroristas obrigaram a criança a assistir.
Desde a sua libertação, Eitan mantém o semblante taciturno :”Ele ficou muito mais magro e não sorri. No nível físico ele está saudável, mas temos muito tempo de trabalho pela frente”, disse sua avó Esther.
Eitan ficou isolado em uma sala fechada por 16 dias, antes de ser colocado junto a outros reféns.
Sempre que uma das crianças chorava, os captores as ameaçavam com o rifle para silenciá-las imediatamente.
Tom Hand, após recuperar sua filha Emily, de nove anos, que voltou mais magra e com piolhos, testemunhou: “A coisa mais chocante e perturbadora sobre o meu encontro com ela foi que ela apenas sussurrava, você não conseguia ouvi-la. Tive que colocar meu ouvido em seus lábios. Eles a condicionaram a não fazer barulho. Dava para ver o terror nos olhos vidrados”, revela ele sobre a garota sequestrada no Kibutz Beeri.
Dafna e Ela, duas meninas sequestradas, estão agora com a mãe. Elas ficaram surpreendida com a enorme comoção nacional causada pelo seu regresso, pois pensavam que ninguém em Israel sabia que estavam em Gaza e que não se interessavam por isso: “Eles nos disseram lá que ninguém nos quer de volta aqui”, disse a menina.
As negociações entre Israel e o Hamas para estender a trégua em Gaza foram truncadas nessa quarta-feira, 29 de novembro, por uma afirmação não confirmada do Hamas de que uma família de reféns israelenses, incluindo o bebê Kfir Bibas de 10 meses, havia sido morta.
Pouco antes da libertação final de mulheres e crianças reféns prevista pela trégua, o Hamas disse que o bebê Kfir Bibas tinha sido morto num bombardeio israelense, juntamente com o seu irmão Ariel, de quatro anos, e sua mãe. O pai deles, que também está detido, não foi mencionado.
Parentes haviam lançado um apelo especial pela liberdade da família depois que as crianças e seus pais foram excluídos do penúltimo grupo libertado na terça-feira.
As IDF [Forças de Defesa de Israel] disseram que estavam avaliando a precisão das informações, acrescentando que era responsabilidade do Hamas a segurança de todos os reféns em Gaza. O porta-voz Daniel Hagari tuitou:
“A organização terrorista Hamas continua a agir de maneira cruel e desumana. Os representantes das FDI falaram com os membros da família Bibas, informaram-nos sobre a reivindicação do Hamas e estão acompanhando-os neste momento. A IDF está examinando a confiabilidade das informações. A responsabilidade pela segurança de todos os sequestrados na Faixa de Gaza cabe inteiramente à organização terrorista Hamas.”
No início desta semana, as FDI disseram acreditar que Kfir e seu irmão Ariel, de 4 anos, teriam sido levados para Khan Younis sob o controle de um grupo militante palestino separado, que se acredita ser a Frente Popular para a Libertação da Palestina.
A trégua de Israel expiraria na manhã de quinta-feira, após a libertação de todas as mulheres e crianças reféns. Os terroristas, no entanto, ainda retêm mulheres e crianças para tentar prolongar a trégua por mais dias.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu repetiu as suas promessas anteriores de prosseguir a guerra para aniquilar o Hamas, assim que o cessar-fogo terminar: “Não tem como não voltarmos a lutar até o fim. Esta é a minha política, todo o gabinete a apoia, todo o governo a apoia, os soldados apoiam-na, o povo a apoia – isto é exatamente o que faremos”, disse ele num comunicado.
Como parte de um acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA, Catar e Egito, 69 reféns reféns israelenses sequestrados pelo Hamas foram libertados em troca de presos palestinos. 51 deles eram cidadãos israelitas e outros 18 cidadãos estrangeiros. Entre eles, 30 crianças e 20 mulheres, na sua maioria mães dos reféns e idosas.
Embora a maioria dos reféns devolvidos parecesse fisicamente estável, muitos perderam até 15% do seu peso corporal durante o cativeiro e muitos têm medo de levantar a voz após a sua estadia de 50 dias com terroristas. “No momento eles estão sendo abraçados por familiares e pela equipe médica psicossocial”, disse o chefe da equipe, avaliando que ainda é cedo para aquilatar a profundidade do trauma pelo qual passaram.
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