O bloqueio imposto pelo Egito aos carregamentos de combustível para Gaza está dificultando ainda mais as negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas. Desde que as Forças de Defesa de Israel entraram em Rafah no início deste mês, Cairo tem se recusado a permitir a passagem de caminhões de combustível pela fronteira sul de Gaza. Além disso, dois altos funcionários do governo dos EUA relataram que o Egito interrompeu todos os carregamentos de ajuda através da passagem de Kerem Shalom.

Fontes anônimas informaram ao site Politico.com que essa medida egípcia intensificou as tensões entre Cairo e Jerusalém, com o atual acordo de cessar-fogo dependendo em parte do fluxo de ajuda humanitária para Gaza. A retomada dos carregamentos pelo Egito poderia melhorar significativamente a situação, aliviar tensões e possibilitar a retomada das negociações, segundo autoridades americanas e especialistas.

“A falta de combustível está nos forçando a escolher: manter padarias funcionando, hospitais operando ou bombas de esgoto em atividade”, disse Scott Anderson, diretor da polêmica UNRWA para Gaza. “E a não execução de qualquer uma dessas operações tem consequências severas para a população”.

A administração Biden, incluindo o conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan, o secretário de Estado Antony Blinken e a administradora da USAID Samantha Power, têm pressionado o Egito nos últimos dias para reiniciar os carregamentos de combustível, mas Cairo ainda não cedeu.

O diretor da CIA, William Burns, retornou a Washington vindo do Cairo no dia 9 de maio, após a invasão de Rafah interromper a última rodada de negociações. As negociações permanecem pausadas, e o diretor não está atualmente programado para novas viagens, a menos que o Egito mude sua posição.

Além das restrições do Egito, outros fatores também complicam as negociações. O Hamas afirmou publicamente que se retirou das negociações devido à invasão de Rafah por Israel. Autoridades americanas acreditam que o Hamas está tentando pressionar Israel a recuar, o que poderia levar à retomada das conversações. No entanto, Israel planeja continuar e expandir suas operações em Rafah nas próximas semanas.

“Os islâmicos estão decidindo as eleições” (oantagonista.com.br)

“Israel não deixará isso passar em silêncio” (oantagonista.com.br)