A América Latina foi a região do mundo com maior retrocesso democrático em 2021, de acordo com ranking da Economist. A lista foi elaborada a partir de um estudo da Economist Intelligence Unit, a divisão de pesquisas e análises do grupo que publica a revista.

O índice usa 60 indicadores para examinar o estado da democracia em 167 países. Os critérios são divididos em cinco categorias: processo eleitoral e pluralismo, liberdades civis, funcionamento do governo, participação política e cultura política.

A pontuação latino-americana piorou em todas as categorias do índice no ano passado. No relatório, a Economist afirma que Jair Bolsonaro (foto) contribuiu para a queda.

“O compromisso cada vez mais fraco da América Latina com uma política democrática deu espaço para o crescimento de populistas iliberais, como Jair Bolsonaro no Brasil, Andrés Manuel López Obrador no México e Nayib Bukele em El Salvador, além de fomentar regimes na Nicarágua e na Venezuela”, diz.

A avaliação do Brasil continua igual em quatro das cinco categorias. Houve uma piora de 29 centésimos na nota de liberdades civis, que recuou para 7,65. Em outro trecho, o documento cita as ameaças do presidente à democracia e os ataques ao sistema eleitoral brasileiro. 

“O presidente Jair Bolsonaro exigiu a renúncia de dois membros do Supremo Tribunal Federal após uma investigação sobre alegações de que grupos pró-Bolsonaro estavam espalhando fake news. […] Bolsonaro também questionou a integridade do sistema de voto eletrônico do Brasil, apesar de não haver evidência de fraude eleitoral.”

O relatório ainda diz que o presidente “provavelmente continuará seus ataques às instituições democráticas”, já que está atrás de Lula nas pesquisas de intenção de voto.

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