Um deputado da base aliada roubou um projeto de lei desfavorável ao governo de Taiwan e fugiu com o documento para impedir a votação no Congresso.

A cena ocorreu em meio a uma briga generalizada no Yuan, o Parlamento taiwanês, durante a votação de uma reforma legislativa, articulada por membros do Kuomintang (KMT) e do Partido do Povo de Taiwan (TPP), para ampliar os poderes de fiscalização do Legislativo sobre o Executivo no país.

O roubo do projeto de lei foi apenas parte de uma briga física generalizada que ocorreu nesta sexta-feira, 17, no Congresso de Taiwan, dias antes de Lai Ching-te, o presidente eleito em janeiro, tomar posse.

Ching-te, do Partido Democrático Progressista (PDP), é contrário à integração com Pequim, e assumiu o governo sem maioria no Parlamento.

O partido de Ching-te acusa as siglas de oposição de forçar a aprovação de propostas contrárias ao governo sem o processo de consulta habitual da Casa.

À la Kátia Abreu

O episódio registrado no Parlamento de Taiwan nesta sexta lembrou a confusão protagonizada pela ex-senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu (PP-TO) em 2019.

Na ocasião, ela confiscou documentos da mesa da presidência do Senado para dificultar a condução dos trabalhos pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), que na época disputava a presidência do senado com Renan Calheiros (MDB-AL).

Apesar da cena realizada por Kátia Abreu, Alcolumbre derrotou Renan Calheiros e assumiu a presidência do Senado.

No fim do mandato de Alcolumbre, ela fez a devolução simbólica dos documentos.

“Eu gostaria, Davi Alcolumbre, de lhe devolver um presente simbólico para mostrar para as pessoas que no Senado as pessoas têm humildade para reconhecer os seus enganos e eu não tenho compromisso com o engano, com a injustiça. Eu quero lhe devolver simbolicamente aquilo que lhe tirei no passado”, disse a senadora ao entregar a pasta.