Crusoé: Valas comuns são encontradas perto de Damasco
Mais de 150 mil pessoas são consideradas desaparecidas na Síria, vítimas do regime do ditador deposto Bashar Assad
Foram encontradas nas cidades de Qutayfah e Najha, próximas a Damasco, capital da Síria, duas das 66 valas comuns que a Comissão Internacional sobre Pessoas Desaparecidas em Haia estima que possam ter sido utilizadas pelo governo de Bashar Assad para enterrar os corpos das vítimas do regime.
À agência de notícias Reuters, o ex-embaixador dos EUA para crimes de guerra Stephen Rapp, que trabalha com a sociedade civil síria para documentar evidências de crimes de guerra do ditador deposto, disse que “certamente temos mais de 100 mil pessoas que desapareceram e foram torturadas até a morte nesta máquina”.
“Não tenho muitas dúvidas sobre esses números, dado o que vimos nessas valas comuns. Nós realmente não víamos nada parecido com isso desde os nazistas”, acrescentou.
“Da polícia secreta que fazia as pessoas desaparecerem de suas ruas e casas, aos carcereiros e interrogadores que as faziam passar fome e as torturavam até a morte, aos motoristas de caminhão e tratores que escondiam seus corpos, milhares de pessoas estavam trabalhando nesse sistema de matança”, continuou Rapp.
“Estamos falando de um sistema de terror de Estado, que se tornou uma máquina de morte”, completou.
Estima-se que centenas de milhares de sírios foram mortos desde 2011, quando Assad intensificou a repressão aos protestos contra ele.
Mais de 150 mil pessoas são consideradas desaparecidas na Síria, de acordo com organizações internacionais e sírias, incluindo as Nações Unidas e a Rede Síria para os Direitos Humanos.
Leia mais: Controle, repressão e tortura: o horror do regime de Bashar Assad
Quantos corpos estão nas valas?
Nos últimos anos, organizações de direitos humanos usaram imagens de satélite para localizar valas comuns nos arredores de Qutayfah.
Segundo a Economist, no entanto, é quase impossível saber…
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