Crusoé: Uma “primavera africana” pode estar no forno
Após uma polêmica reforma tributária causar protestos em massa no Quênia, outros países da África subsaariana agora se preparam para protestos
Os protestos que sacudiram o Quênia em junho, e geraram cenas de invasão ao parlamento do país como as vistas no Brasil no 8 de Janeiro, fizeram com que o governo de William Ruto voltasse atrás e desistisse de uma polêmica reforma tributária que aumentaria a carga de impostos do país. Mais de seis semanas após o início dos protestos de rua, e o país segue ingovernável — servindo de inspiração para outros protestos de rua no continente.
Após as manifestações explodirem (e darem resultado) no Quênia, agora é a Nigéria que vê o cenário para protestos em massa se formar: nesta quinta-feira, 1º, o país passou pelo primeiro do que prometem ser 10 dias de mobilização, contra que os manifestantes entendem ser tanto condições econômicas desfavoráveis quanto questões sistêmicas, como corrupção.
Para um país de 218 milhões de pessoas e uma das economias mais vibrantes do seu continente, a mobilização pode se tornar um barril de pólvora. Segundo a imprensa local, o presidente nigeriano Bola Tinubu, assim como membros de sua administração, tem definido que os protestos são ilegais e politicamente motivados. O departamento de Estado entende que as manifestações querem criar condições para uma “mudança de regime” e os militares nigerianos indicaram que podem tomar medidas para prevenir o que chamam de “anarquia”.
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