Crusoé: “Uma guerra para Maduro”
Com a complacência do Brasil, o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, prepara um pretexto para invadir a Guiana e tentar deslegitimar a oposição, diz Crusoé...
Com a complacência do Brasil, o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, prepara um pretexto para invadir a Guiana e tentar deslegitimar a oposição, diz Crusoé.
“O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a realização de um plebiscito no próximo dia 3 de dezembro com um assunto de pouca familiaridade até para os venezuelanos: a reivindicação de 80% do território da Guiana. A questão teria tudo para cair no mesmo baú de histórias fantásticas da América do Sul, como o direito constitucional dos bolivianos ao Oceano Pacífico ou a soberania argentina das ilhas Malvinas, não fosse a tensão regional já criada. A Guiana acusou movimentações de tropas venezuelanas perto da sua fronteira e, para se precaver, anunciou exercícios militares com os americanos no mar. O perigo, contudo, não foi notado pelo governo brasileiro e pelo Itamaraty, mais preocupados com o Oriente Médio do que em promover a paz entre países vizinhos.”
“No dia 3, os venezuelanos serão chamados a responder cinco perguntas nas urnas. Duas delas são especialmente preocupantes. ‘Você está de acordo com a criação do estado da Guiana Essequiba e que se desenvolva um plano acelerado para a atenção integral à população atual e futura desse território que inclua entre outros a entrega de cidadania e RG venezuelanos, conforme o Acordo de Genebra e o direito internacional, incorporando como consequência esse estado ao mapa do território venezuelano?’, é a quinta questão. A ideia de mudar de cidadania de uma hora para outra, naturalmente, não passa pela cabeça dos 250 mil guianenses que vivem na área reivindicada e seria uma clara violação do princípio da autodeterminação dos povos. Por óbvio, são os guianenses, e não os venezuelanos, que devem determinar o próprio futuro. Do lado brasileiro, contudo, não houve indignação alguma.”
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