Crusoé: Um desanimado Irã vai às urnas escolher seu presidente
Reformista Masoud Pezeshkian e Saeed Jalili, da ala conservadora, disputam eleição nesta sexta-feira, 7. Primeiro turno teve maior abstenção da história
O Irã vai para o segundo turno de suas eleições nesta sexta-feira, 5, para escolher um novo presidente — ela ocorre menos de dois meses após a morte de Ebrahim Raisi durante um acidente de helicóptero. Os iranianos não parecem muito interessados em decidir se Masoud Pezeshkian ou Saeed Jalili será o próximo a governar o país, que é de fato comandado pelo aiatolá Ali Khamenei (foto).
Já se esperava que, no primeiro turno, o comparecimento às urnas fosse baixo. Mas não tão baixo quanto os 39% registrados na última sexta-feira, 28. Na ocasião, Pezeshkian saiu na frente, com 44% dos votos, contra 40% de Jalili.
Isso não deixa de ser um resultado surpreendente, já que Pezeshkian é um candidato de oposição, se apresentando como reformista. O parlamentar já chamou eleições anteriores de “fraude” e disse ser culpa do governo os gigantescos protestos após a morte da garota Mahsa Amini em 2022, quando a morte da jovem por se recusar a usar turbante se tornou o maior protesto contra o regime iraniano desde a revolução islâmica desde 1979. Ele ainda acusou os números da pandemia de Covid divulgados pelo governo central de “não serem reais”.
Jalili é um um ex-negociador do país para seu programa nuclear, e é considerado um “ultraconservador”, que no entanto não tem apoio total dos militares e da cúpula de nomes próximos ao aiatolá Khamenei.
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