Crusoé: Tribunal venezuelano tenta aprovação relâmpago da farsa de Maduro
Um dos candidatos, Enrique Márquez, negou-se a assinar o documento que busca validar a eleição do domingo, 28
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), instância máxima do Judiciário venezuelano, se reúne na tarde desta sexta-feira, 2, para ratificar a “vitória” de Nicolás Maduro nas eleições realizadas no domingo, dia 28.
Na quarta, 31, o ditador enviou um recurso ao TSJ, solicitando uma análise dos resultados eleitorais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O TSJ, contudo, não tem instrumentos para fazer uma investigação sobre o tema.
A saída dos magistrados foi convocar os nove candidatos que participaram do pleito do domingo, 28, e pedir a eles para assinarem um documento atestando o resultado divulgado pelo CNE.
O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, naturlmente não compareceu.
A surpresa foi que um dos outros candidatos, Enrique Márquez (foto), negou-se a participar do teatro jurídico.
Em uma coletiva de imprensa dada após a sessão na Corte, Márquez explicou suas razões. As imagens foram transmitidas pelos canais estatais.
Em primeiro lugar, Márquez contestou o expediente jurídico em questão (o recurso), que deve ser usado por alguém que se viu prejudicado em seus direitos. Maduro, pelo contrário, foi declarado o vencedor do pleito e não tem motivos para reclamar de sua própria “vitória“.
“Eu não sei do que se trata isso. A sala eleitoral diz que há um recurso do presidente da República, que foi declarado vencedor pelo CNE. Contra quem recorre o presidente da República? Sua própria proclamação?“, disse Márquez.
Ele também reclamou de não ter tido acesso ao conteúdo do recurso oferecido por Maduro. “A Sala Eleitoral queria que eu me declarasse notificado sem conhecer o recurso. Devo informar ao país que me neguei a assinar a ata de notificação, porque não me sinto notificado em nada. A notificação tem que vir acompanhada do recurso e das razões pela qual se faz uma convocatória.“
Márquez ainda exigiu que o CNE apresente as atas para comprovar os resultados oficiais. “Não há outra forma. As atas são fundamentais para a transparência e para a paz“, afirmou Márquez.
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