Crusoé: Sinwar apostava na pressão de Biden e em cisão no governo Netanyahu
Reportagem do Wall Street Journal detalha os cálculos políticos do chefe do grupo terrorista do Hamas antes de ser eliminado
O chefe do grupo terrorista do Hamas, Yahya Sinwar (foto), eliminado na semana passada, deu seguidas ordens para seus subordinados não libertarem os reféns em negociações com Israel e países árabes.
Sinwar esperava que a pressão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, seria capaz de conter a operação militar de Israel.
Ou então, o terrorista imaginava que a falta de um acordo levaria a um racha no governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Essa afirmação está em uma reportagem do jornal americano Wall Street Journal, publicada no domingo, 20.
O cálculo de Sinwar mostra que não fazia sentido exigir de Israel um cessar-fogo na esperança de que o Hamas iria libertar os reféns mais tarde.
Pelo contrário, o plano dos terroristas era estender o período do cativeiro dos reféns o máximo possível para alcançar a queda de Netananyahu ou o fim da guerra, via pressão americana.
“O Hamas tinha vantagem nas negociações, disse Sinwar, citando divisões políticas internas em Israel, rachaduras na coalizão de guerra de Netanyahu e crescente pressão dos EUA para aliviar o sofrimento em Gaza”, afirma a reportagem do Wall Street Journal.
Sinwar escreveu a seguinte ordem aos demais terroristas: “Nós temos que seguir adiante no mesmo caminho que começamos“.
Em agosto, após a morte de Mohammed Deif, braço-direito de Sinwar, o chefe mandou, dos túneis, outra mensagem dizendo que haveria um aumento da pressão para que o Hamas assumisse um compromisso, mas que seus subordinados não deveriam aceitar um acordo.
Sinwar também deu conselhos para seus colegas sobre o que deveriam fazer após sua morte. Ele disse que Israel provavelmente faria concessões para acabar com a guerra, mas que os terroristas deveriam resitir, pois estariam em vantagem.
O conteúdo das mensagens foi revelado pelos negociadores árabes que participaram das reuniões com o grupo terrorista.
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