Crusoé: quem é o filho de Maduro que falou em entregar o poder se perder
Filho de Maduro, entretanto, omite detalhes sobre o suposto reconhecimento de duas derrotas do chavismo mencionadas
Nicolás Maduro afirmou que “entregará” o poder e “será oposição” se perder as eleições presidenciais de domingo, 28 de julho. Não se trata de uma declaração do ditador da Venezuela, mas sim de seu filho, Nicolás Maduro Guerra (foto).
Em entrevista ao jornal espanhol El País, publicada nesta quarta-feira, 24, Guerra afirmou respeitar uma eventual vitória do candidato da oposição, Edmundo González. Um contraste em relação ao seu pai, que falou na semana passada em “banho de sangue“ em caso de derrota.
“Vamos vencer, eu ratifico. Estou apreensivo com alguns meios de comunicação internacionais. Não estou num ponto extremo, mas acho que está muito tranquilo, que não vem, não está na rua. Se Edmundo vencer, entregaremos [o poder] e seremos a oposição, tenho certeza“, disse Guerra, que é deputado na Assembleia Nacional,
“A história mostrou que o dia em que não vencemos, reconhecemos. Sempre, em todas as eleições, em todas. Pelo menos, os dois nacionais que não têm sido favoráveis. A reforma constitucional de 2007, eu me lembro, estávamos em Miraflores, Chávez apareceu e disse: ‘Não ganhamos, ponto final, já perdemos a reforma.’ E em 2015, assim que a Conselho Nacional Eleitoral deu o resultado, reconhecemos. Temos que olhar para aquela percentagem da população que não votou em nós. Veja como construímos um grande consenso nacional, não só do ponto de vista político, que é fundamental para os rumos de um país, mas do ponto de vista social, do ponto de vista econômico”, acrescentou.
O filho de Maduro, entretanto, omite detalhes sobre o suposto reconhecimento das duas derrotas mencionadas.
Um ano após perder em referendo pela reforma constitucional de 2007, que visava ao fim do limite de mandatos, Chávez a impôs por meio de seus aliados na Assembleia Nacional.
Quanto à derrota nas eleições legislativas de 2015, o regime chegou a criar uma nova assembleia, a Assembleia Constituinte de 2017, aparelhada de aliados, para esvaziar os poderes do Legislativo controlado pela oposição.
O El País também questionou Guerra sobre as pesquisas eleitorais. As principais apontam vantagem de até mais de 50 pontos percentuais à oposição.
Ele respondeu: “Nunca tivemos números este ano que nos colocassem abaixo. Nunca. Nem em janeiro, nem em fevereiro, nem em março. Em algum momento foi possível falar em figuras mais conservadoras de algum tipo de empate técnico”.
Guerra estimou que o ditador ganhará da oposição com uns oito ou dez pontos percentuais de diferença.
Quem é Nicolás Maduro Guerra?
O…
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