Crusoé: Precisamos falar sobre o Hezbollah
Apesar da atenção dada ao Hamas desde os atentados de 7 de outubro, o grupo terrorista libanês é um perigo muito maior
Um casal de israelenses foi atingido em um ataque de dezenas de mísseis do Hezbollah na terça-feira, 9 de julho, nas Colinas de Golã, ao norte de Israel. Nir e Noa Baranes tinham 46 anos e morreram logo após o carro deles ser totalmente destruído (foto). Eles deixaram três filhos. O episódio integra uma série de ofensivas do grupo terrorista libanês contra o Estado judeu desde o atentado terrorista do Hamas a Israel, em 7 de outubro do ano passado. Desde então, o Hezbollah tem lançado múltiplos ataques para distrair as defesas de Israel em solidariedade ao grupo palestino, que luta na Faixa de Gaza. Apenas no dia 4 de julho, o grupo libanês disparou mais de 200 mísseis. Hoje, Hezbollah e Israel estão em uma guerra não declarada, mas que, a qualquer momento, pode virar um conflito aberto, de maiores proporções.
O Hezbollah ampliou as investidas na última semana em resposta ao bombardeio israelense que matou um dos mais importantes comandantes do grupo, Muhammad Naser, no dia 3. A retórica contra Israel foi inflamada e o grupo divulgou dois vídeos com imagens de bases militares e instalações israelenses captadas por drones enviados pelo grupo. Foi uma maneira de amedrontar os israelenses. Entre os possíveis alvos estava o porto de Haifa, o maior do país. Ainda nesta semana, um integrante da cúpula do Hezbollah afirmou na televisão que o grupo não deveria recuar, apesar dos avanços recentes em tratativas de cessar-fogo entre Israel e um quase desmobilizado Hamas. A mensagem é de que uma derrota do Hamas na Faixa de Gaza não será capaz de conter uma escalada de violência ao norte.
Hezbollah é maior que Hamas
O Hezbollah é muito maior e mais estruturado que os terroristas da Palestina. Fundado em 1985, dois anos antes do Hamas, e também em reação a Israel, o grupo terrorista libanês conta hoje com pelo menos 20 mil combatentes e 20 mil reservistas. A guerra em Gaza não impactou muito esses números, com menos de 500 mortes de militantes confirmadas até meados de junho. Em comparação, o Hamas, que tinha 30 mil membros ao início do conflito, perdeu ao menos cerca de metade. Quanto ao arsenal do Hezbollah, estimativas de junho apontam em 150 mil a 200 mil foguetes e mísseis de diversos alcances. Um relatório de 2018 do think tank Center for Strategic and International Studies chegou a apontar o grupo terrorista libanês como…
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