Crusoé: Por que Putin mandou navios de guerra para Cuba
Envio de navios de guerra para a Havana não tem como objetivo provocar ou iniciar um conflito bélico
O ditador russo Vladimir Putin (foto) enviou um submarino de propulsão nuclear, uma fragata, um rebocador e um navio de combustível para Cuba. As embarcações realizaram testes de mísseis no mar e entraram no porto de Havana nesta quarta, 12.
O envio de navios de guerra para Havana não tem como objetivo provocar ou iniciar um conflito bélico. Os russos foram claros em dizer que os navios não estavam levando armas nucleares. Busca-se, assim, evitar uma nova Crise dos Mísseis, como a de 1962. Naquele ano, o líder soviético Nikita Kruschev mandou mísseis nucleares para a ilha comunista então governada por Fidel Castro. Por treze dias, o mundo ficou à beira de um conflito nuclear.
Eis algumas possíveis razões que explicam a decisão de Putin:
Intimidar os EUA e tentar reduzir o apoio à Ucrânia
Sob Putin, a Rússia tem buscado exercer maior influência na América Latina, seja na Venezuela, em Cuba ou no Brasil. Desde 2019, tornaram-se frequentes os pousos de aviões russos no aeroporto de Maiquetía, perto de Caracas. Essa presença militar russa é uma maneira de intimidar os americanos. A mensagem dos russos é que, como os americanos apoiam a Ucrânia, que estaria na área de influência do Kremlin, a Rússia também teria o direito de se meter no quintal dos Estados Unidos. A distância entre Havana e Miami é de apenas 430 quilômetros.
Manter a dependência cubana
“O regime castrista tem uma enorme dependência do petróleo e das armas da Rússia. Para a ditadura, que não tem mais apoio popular algum, essas armas são indispensáveis para reprimir qualquer manifestação ou insubordinação“, diz o historiador Boris González Arenas, que vive em Havana.
Evitar uma aproximação entre Cuba e Estados Unidos
Outro objetivo dos russos pode ser o de evitar uma flexibilização das políticas americanas para com a ilha comunista. Há duas semanas, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou que permitiria que empresários privados cubanos realizassem transações em bancos americanos e permitiria o acesso à internet. Segundo o Tesouro, o objetivo era “promover a liberdade na Internet em Cuba, apoiar os empresários independentes do setor privado cubano e expandir o acesso a determinados serviços financeiros para o povo cubano“. “Não deixa de ser curioso e chamativo que, dias depois que os Estados Unidos anunciarem um apoio aos empresários privados, os portos cubanos se abram para navios de guerra russos“, diz o historiador cubano Boris González Arenas.
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