Crusoé: Pesquisa aponta risco de êxodo após farsa de Maduro
Pesquisa do instituto Meganálisis questionou se venezuelanos desejariam deixar o país caso golpe de Maduro após as eleições deste ano fosse bem-sucedio
Uma pesquisa divulgada pelo instituto Meganálisis aponta o rico de um “êxodo massivo” de venezuelanos nos próximos meses, caso o ditador Nicolás Maduro não abra mão do poder após negar-se a auditar os resultados da eleição presidencial do mês passado. O levantamento aponta que 43% dos venezuelanos planejam deixar o país em algum momento, caso a crise política — e a ditadura — se agravem.
Na prática, isso significaria que 10,4 milhões estão dispostos a deixar o país de 21,4 milhões de habitantes, incluindo 6,9 milhões de eleitores.
A pesquisa aponta, por amostra, que 100 mil eleitores, ou 1,6% do universo da pesquisa, diz ter planos para deixar imediatamente o país. Ao menos 607 mil dizem planejar a saída até o próximo mês, e 1,5 milhão de eleitores dizem ter planos de emigrar até dezembro. Outros 2,6 milhão teria planos para 2025 e 2,7 milhão demostra interesse, mas sem uma data definida.
Os números devem piorar ainda mais a diáspora venezuelana, a mais forte onda de migração da década passada. Desde 2014, ao menos 8 milhões de venezuelanos deixaram o país após crises políticas e humanitárias causadas pelo fim da ditadura de Hugo Chávez e a ascensão de Maduro ao poder. São mais imigrantes que a Ucrânia (6 milhões) e a Síria (5.5 milhões), nações em guerra há pelo menos uma década.
Se confirmado, o êxodo deve afetar principalmente nações vizinhas: a Colômbia recebeu 1,5 milhão de refugiados, seguido do Peru, Chile, Equador e Argentina. O Brasil, com quem a Venezuela divide a fronteira ao sul, vem em quinto lugar — entraram 192 mil venezuelanos no Brasil em 2023, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.
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