Crusoé: Papa Francisco, agora, defende a liberdade de imprensa
Declaração desta sexta-feira, 3 de maio, no X, contraria a que o papa deu a jornalistas em um avião em 2015
O papa Francisco (foto) divulgou uma mensagem na rede X nesta sexta, 3, em defesa da liberdade de imprensa. A declaração contrasta com a que o pontífice fez em 2015, quando ele tentou justificar um atentado terrorista contra os jornalistas do Charlie Hebdo, em Paris.
“A liberdade de imprensa é fundamental para desenvolver um sentido crítico sensato e aprender a distinguir a verdade da mentira e a trabalhar de forma não ideológica pela justiça, pela paz e pelo respeito pela criação“, escreveu o papa no X.
Esta sexta, 3 de maio, marca o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
A favor dos terroristas
A declaração desta sexta, no X, contraria a que o papa deu a jornalistas em um avião, dias após um atentado terrorista da Al Qaeda.
No dia 7 de janeiro de 2015, dois terroristas da Al Qaeda, armados com fuzis Kalashnikov, invadiram a redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, e massacraram doze pessoas. Cinco ficaram feridas gravemente. Os terroristas alegaram que os jornalistas tinham publicado charges do profeta Maomé.
Francisco criticou o comportamento dos jornalistas assassinados quando estava em um voo a caminho das Filipinas. “Temos a obrigação de falar abertamente, de ter esta liberdade, mas sem ofender“, disse Francisco. “É verdade que não se pode reagir violentamente, mas se Gasbarri (um dos seus colaboradores), grande amigo, diz uma palavra feia da minha mãe, pode esperar um murro. É normal!”
A organização Repórteres sem Fronteiras reagiu com um comunicado na internetfalando sobre os “comentários perigosos” do papa.
“A Repórteres Sem Fronteiras está chocada com os comentários extremamente perturbadores sobre a liberdade de expressão que o papa Francisco fez aos jornalistas na semana passada, nos quais colocou o respeito pela religião e pela fé acima da liberdade de expressão e até defendeu o possível uso da violência quando a religião é ridicularizada“, disse a entidade na ocasião. “Ao colocar a religião acima da liberdade de expressão e ao retratar a violência como uma reação ‘normal’ quando a religião é ridicularizada, o papa usou uma linguagem chocante e irresponsável poucos dias após o massacre do Charlie Hebdo. A Repórteres Sem Fronteiras lembra-lhe que oito jornalistas foram mortos a sangue frio no dia 7 de Janeiro apenas por usarem a sua liberdade de expressão…
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