Crusoé: os sinais que J.D. Vance, vice de Trump, dá para a Rússia
Vice na chapa de Trump já se alinhou à ala do ex-presidente contra o financiamento para a Ucrânia no combate à invasão russa
Escolhido por Trump como seu candidato a vice-presidente na candidatura deste ano, o senador por Ohio James David “J.D.” Vance (foto) representa um nome fora do establishment do Partido Republicano, mas umbilicalmente ligado a Trump e a seu projeto de poder. Um antigo crítico de Trump, hoje ele é um dos seus mais ardorosos defensores, e um dos mais alinhados à sua ideia de governo.
E isso é um bom sinal para o Kremlin de Vladimir Putin. Na sua curta carreira política (Vance, um empresário, se elegeu para seu primeiro mandato há 18 meses), ele já se alinhou à ala de Trump contra o financiamento para a Ucrânia no combate à invasão russa, que desde 2022 já ocupou um quinto do território russo.
Em um artigo para o The New York Times em abril desse ano, Vance disse que a conta da Ucrânia aos EUA simplesmente não fecha — o país precisaria de mais homens do que é capaz de recrutar mesmo com “regras draconianas” de alistamento, e está cobrando mais armamento do que Washington e a Otan podem dar.
“A Casa Branca já disse repetidas vezes que não pode negociar com o presidente Vladimir Putin da Rússia. Isso é absurdo”, concluiu o agora candidato a vice. “O governo Biden não tem um plano viável para que os ucranianos vençam essa guerra. O quanto mais cedo os americanos se confrontem com essa verdade, mais cedo poderemos consertar essa bagunça e trabalhar pela paz.”
O discurso se encaixa como uma luva nas falas de Trump sobre a guerra: em diversos momentos ele defendeu que resolverá a questão no primeiro dia de governo — e, dado sua afinidade quase pessoal com Putin e sua antipatia à Otan, deve garantir a Moscou o direito a usufruir do que já invadiu.
No ano passado,…
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