Crusoé: Oposição mobiliza 95 mil pela autonomia do TSE do México
Órgão foi alvo de duas investidas frustradas de aparelhamento pelo governo de Andrés Manuel López Obrador
A principal coalizão opositora nestas eleições gerais no México mobilizou 95 mil pessoas na frente do palácio presidencial, no centro da capital mexicana, neste domingo, 19 de maio, segundo as autoridades locais.
A duas semanas da votação, marcada para 2 de junho, o objetivo foi associar a presidenciável da oposição, a senadora Xóchitl Gálvez, à defesa da autonomia do Instituto Nacional Eleitoral (INE).
O INE, que tem funções equivalentes ao Tribunal Superior Eleitoral, foi alvo de duas investidas frustradas de aparelhamento pelo governo de Andrés Manuel López Obrador, que deixará a Presidência em 2024 — o mandato é de seis anos sem reeleição.
A candidata da situação, Claudia Sheinbaum, é a favorita para o 2 de junho. Atual chefe de governo da Cidade do México, Sheinbaum tem 20 pontos percentuais de vantagem sobre Gálvez nas pesquisas. A eleição se dá em turno único.
Durante a manifestação deste domingo, Gálvez e o candidato da oposição a governador do Distrito Federal, que também corre atrás nas pesquisas, firmaram um acordo simbólico com o movimento Marea Rosa.
Sem nenhuma ligação com governos de esquerda da América Latina, essa “Maré Rosa” foi fundada por organizações da sociedade civil mexicana em 2022, quando López Obrador apresentou seus primeiros planos de reforma eleitoral.
Desde então, o movimento mobilizou dezenas de milhares de pessoas em múltiplas ocasiões em nome da autonomia do INE. O nome Marea Rosa é uma referência à cor do órgão eleitoral.
“O INE é a única instituição de contrapeso no México que tem conseguido levar muita gente às ruas”, diz Leopoldo Maldonado, diretor da seção mexicana da Artigo 19, uma organização não governamental britânica voltada à liberdade de expressão e acesso à informação.
Os atos se intensificaram com a aproximação das eleições. O último até então havia ocorrido em fevereiro. Gálvez participou na ocasião, mas, a diferença deste domingo, não houve declaração de apoio formal do movimento à candidatura.
“Protestamos desde muito antes mesmo de Xóchitl ser candidata”, diz Daphne, de 24 anos, que participa das marchas desde o início.
Ela e sua mãe, Mônica, de 60 anos, estiveram entre os primeiros a chegar na mobilização na frente do palácio presidencial. Manifestações menores foram convocadas em outras 100 cidades pelo país e exterior.
“O INE é cidadão”, diz Mônica, em referência à participação cidadã no processo eleitoral. No México, os mesários são escolhidos por sorteio e se responsabilizam pela contagem dos votos. O país usa o voto impresso.
Mônica e Daphne serão mesárias no pleito de 2 de junho.
O ato deste…
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