Crusoé: ONG denuncia “terríveis condições” dos presos políticos de Maduro
Relatório mostra que as condições pioraram após a farsa eleitoral de 28 de julho, refletindo uma "repressão estatal sem precedentes"
O Comitê de Parentes e Amigos pela Liberdade dos Presos Políticos (CLIPPVE) denunciou as “terríveis condições prisionais” enfrentadas pelos presos políticos da ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela.
Segundo relatório apresentado nesta segunda-feira, 30, as condições pioraram após a farsa eleitoral de 28 de julho, refletindo uma “repressão estatal sem precedentes”.
“O aumento da repressão foi de tal modo que – de acordo com dados de organizações não governamentais como PROVEA– em apenas 16 dias foram registradas, em média, 150 prisões por dia, superando consideravelmente a repressão estatal dos tempos de mobilização dos anos de 2014, 2017 e 2019, e até mesmo os dias de protesto na Nicarágua. Isso significa o dobro de detidos-desaparecidos por dia em comparação com o Chile pós-golpe de Estado de Pinochet.”
Baseado em depoimentos de familiares, ex-presos políticos pós-eleitorais e na análise de dados qualitativos e quantitativos, o documento expõe a violação sistemática dos direitos fundamentais em centros de detenção como El Helicoide, Rodeo I, Tocuyito, Tocorón e Yare III, alguns dos comandos policiais que detêm presos políticos na Venezuela.
Entre as “terríveis” condições prisionais, a ONG aponta a falta de atendimento médico adequado e “condições desumanas de confinamento”, com celas “descritas como espaços pequenos, insalubres e superlotados”.
“A falta de higiene, de água potável, de alimentação adequada e a privação sistemática do direito de visitar familiares são outras violações sistemáticas dos direitos humanos registadas.”
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Tortura
O relatório também apresenta uma série de testemunhos que descrevem casos de tortura física e psicológica.
“O uso de métodos de tortura psicológica é relatado através do uso de isolamento, restrição de visitas e falta de acesso à informação.”
Segundo o CLIPPVE, a publicação é “um apelo urgente” à comunidade nacional e internacional…
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