Crusoé: O recado de Olaf Scholz a Elon Musk
Sem citar o proprietário do X, o chanceler afirmou "donos de redes sociais" não decidirão a eleição na Alemanha
O chanceler alemão, Olaf Scholz (foto), enviou nesta terça-feira, 31, um recado ao bilionário Elon Musk.
Sem citar o proprietário do X, o primeiro-ministro afirmou, em pronunciamento na televisão, que “donos de redes sociais” não decidirão a eleição na Alemanha.
Ele também pediu aos alemães que “não se deixem enganar uns pelos outros”.
Musk declara apoio à direita radical na Alemanha
A declaração de Scholz ocorre após o dono do X declarar apoio à sigla de direita radical Alternativa para a Alemanha, AfD.
“Apenas a AfD pode salvar a Alemanha”, escreveu Musk no X em 20 de dezembro, em resposta ao post da influenciadora Naomi Seibt, próxima à AfD.
No final de semana, o bilionário publicou um artigo de opinião no jornal Die Welt, dizendo que somente a AfD poderia tirar a Alemanha do “caminho da mediocridade”.
A reação dos representantes do governo alemão não tardou. O deputado Axel Schäfer, do Partido Social-Democrata de Olaf Scholz, descreveu os comentários de Musk como “totalmente inaceitáveis”:
“Pedimos que não haja interferência em nossa campanha eleitoral. Estamos próximos dos americanos, mas neste momento é necessário coragem diante de um amigo. Não aceitamos intromissões em nosso processo democrático”, afirmou.
Renúncia da chefe de opinião do jornal
A publicação do texto de Musk gerou protestos internos entre jornalistas do Welt. Eva Marie Kogel, ex-chefe de opinião do veículo, confirmou sua renúncia ao cargo por meio de uma postagem na rede social X, em resposta à controvérsia gerada.
Reconhecendo a polêmica que poderia surgir das declarações de Musk, o jornal incluiu uma resposta de Jan Philipp Burgard, o editor-chefe designado, que afirmou: “O diagnóstico de Musk está correto, mas sua abordagem terapêutica — sugerindo que apenas a AfD pode salvar a Alemanha — é perigosamente falha”.
O envolvimento de Musk com questões políticas internacionais não é novidade. Ele já havia demonstrado apoio a campanhas de direita em países como Itália e Reino Unido…
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