Crusoé: O presidente que oprimia a mulher
Ex-presidente argentino Alberto Fernández é alvo de denúncia por violência doméstica
Milhares de mulheres se concentraram na praça em frente ao Congresso da Argentina para o ato do Dia Internacional da Mulher, em 2022. Foi a primeira manifestação do gênero após dois anos de confinamento pela pandemia. Em discurso àquela multidão, o então presidente Alberto Fernández gritou: “Dá vergonha que, na Argentina, uma mulher sofra violência de gênero”. E ainda apelou: “Devemos denunciar os violentos que, só pela condição de gênero, oprimem uma mulher”. Dois anos depois, o ex-presidente é o principal protagonista do caso de violência doméstica que mais tem atraído as atenções na Argentina.
Denunciado pela ex-primeira-dama Fabiola Yáñez, Fernández não se limitou a negar as acusações, que estão sendo investigadas. Ele buscou tirar a credibilidade de Fabiola, de quem se separou no final de 2023. “Se eu sou um agressor, por que ela se submeteu a um tratamento de fertilidade para que tivéssemos um filho?”, disse o ex-presidente. O casal tem um filho, que vive com a mãe na Espanha.
A acusação afirma que os “maus-tratos, assédio, desprezo, ataques e espancamentos acabaram sendo uma constante”. As agressões teriam começado em 2016, antes de Fernández chegar à Presidência, em 2019. A denúncia conta com o registro de uma troca de mensagens entre o casal datada de 2021, durante o mandato de Fernández. O material vazou na imprensa argentina.
Na conversa, a então primeira-dama relata episódios de violência por parte do parceiro. “[Você] vem me golpeando há três dias seguidos”, diz uma das mensagens. Ela também compartilhou uma foto com o olho roxo e outra com um hematoma no braço. Fernández não negou as acusações durante a conversa. Ele apenas alegou mal-estar para desviar do assunto: “Estou com dificuldade para respirar. Por favor, pare. Estou me sentindo muito mal”.
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