Crusoé: Número 2 de Maduro admite prisão de crianças e culpa os pais
Segundo a ONG Foro Penal, a ditadura venezuelana mantém 1.976 presos políticos, dos quais 69 são adolescentes de 14 a 17 anos
O ministro do Interior e da Justiça da Venezuela, Diosdado Cabello (foto), número 2 de Nicolás Maduro, reconheceu na quarta-feira, 13, que a ditadura venezuelana mantém crianças e adolescentes detidos em função dos protestos realizados após a farsa eleitoral de 28 de julho, que manteve Maduro no poder.
“Pobres crianças que estão detidas”, disse Cabello ironicamente no programa Con el Mazo Dando, que apresenta semanalmente na TV estatal venezuelana.
“Lá eles estão pressionando os pobres, pobres, pobres presos políticos. Pobres crianças que estão detidas. Os pais vão e fazem vigílias. Onde estavam aqueles pais nos dias 29 e 30 [de julho], que permitiram que seus filhos fossem para Guarimbear? Por que eles não se opuseram aos seus filhos? Onde eles estavam? Agora nós somos os maus.”
A ONG Foro Penal, que atua em defesa dos direitos humanos na Venezuela, denunciou nesta semana que a ditadura de Maduro mantém 1.976 presos políticos, dos quais 1.848 foram detidos após a votação.
Pelo menos 69 são adolescentes de 14 a 17 anos.
Os números foram certificados pela Organização dos Estados Americanos, conforme anunciou o secretário-geral da OEA, Luís Almagro.
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Repressão sem precedentes
A Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos da ONU concluiu que a ditadura de Nicolás Maduro adotou uma repressão “sem precedentes” na Venezuela, mergulhando o país em uma grave crise de direitos humanos.
As violações e crimes documentados, que incluem perseguição por motivação política, não são “atos isolados ou aleatórios”, diz o relatório divulgado em setembro. Elas são “parte de um plano contínuo e coordenado para silenciar, desencorajar e reprimir a oposição” venezuelana.
“Estamos testemunhando a intensificação do aparato repressivo do Estado em resposta ao que ele considera crítica, oposição ou dissidência”, disse a presidente da missão, Marta Valiñas. “Embora esta seja uma continuação de padrões anteriores que a missão já caracterizou, como crimes contra a humanidade…
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