Crusoé: Netanyahu usa genocídio armênio para rebater Erdogan
Premiê israelense disse que seu governo respeita as leis da guerra, ao contrário de Ancara. Knesset sob comando de Netanyahu já negou reconhecimento
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (foto), foi às redes sociais criticar o presidente turco, Recep Tayip Erdogan, que neste sábado disse apoiar “firmemente” os terroristas do Hamas na Faixa de Gaza. Ao criticar as falas do líder turco, Netanyahu deu um passo além para falar que o Império Otomano —predecessor da atual república da Turquia— cometeu um genocídio contra os armênios na década de 1910.
“Israel, que adere às leis da guerra, não receberá pregação moral de Erdogan”, escreveu Netanyahu, em seu X, “apoiador de assassinos e violadores do Hamas, [que] nega o Holocausto Arménio, massacra curdos no seu próprio país e eleva os opositores do regime e os jornalistas.“
Acontece que Netanyahu foi além e reconheceu o que nem o Estado de Israel oficialmente reconhece:a morte de mais de um milhão de armênios em território turco, por forme, execuções de intelectuais e migrações forçadas, comandadas pelo governo do então Império Otomano que antecede a Turquia atual.
O governo turco, mesmo os anteriores a Erdogan, negam a existência de um genocídio. A Armênia utilizou do centenário da data para pressionar países a reconhecer a tragédia humanitária. Vizinha em guerra com a Armênia, o Azerbaijão também nega a existência de um evento deste tipo.
Países como os Estados Unidos, Canadá, Argentina, França e Alemanha já adotaram resoluções onde reconhecem o evento. O Senado brasileiro reconheceu o genocídio armênio em 2015, mas o governo federal jamais se intrometeu na questão.
A fala vem em um momento até onde Joe Biden vem criticando publicamente o premiê israelense.
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