Crusoé: Nem o aiatolá gostou da “Santa Ceia” olímpica
Ali Khamenei, o líder supremo do Irã, criticou cena da abertura das Olimpíadas que retrata deus grego Dionísio, mas que visualmente parecia subverter a imagem da Santa Ceia
A avalanche de críticas no mundo inteiro ao uma cena da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, na última sexta-feira, 26, colocou a organização do evento contra o muro. O quadro kitsch ocorreu em uma cena com a participação de drag queens, um cantor como o deus grego do vinho, Dionísio, e uma criança. Durante a apresentação, ficou evidente a semelhança com o quadro da Santa Ceia, um dos mais famosos de Leonardo da Vinci e uma das representações mais conhecidas de Jesus e seus apóstolos. Conservadores criticaram a deturpação do símbolo cristão em evento esportivo, de união, mas a crítica foi feita até pelo líder da extrema-esquerda francesa, Jean-Luc Mélenchon.
Nem mesmo o Aiatolá Ali Khamenei, o líder do Irã e uma das figuras que mais critica o modo de vida do Ocidente, se viu feliz com as cenas.
“O respeito por Jesus Cristo é um assunto indiscutível, definitivo para muçulmanos”, disse Khamenei. “Condenamos estes insultos dirigidos a figuras sagradas de religiões divinas, incluindo Jesus Cristo”
Como há um sincretismo entre as duas relações — no Islã, Jesus é visto como um profeta da chegada de Maomé alguns séculos depois—, Khamenei se refere a Cristo com o acrônimo “PBUH”, de “Peace Be Upon Him”(“Que a paz esteja com ele”, em português).
Após a saraivada de críticas, o Comitê Olímpico Internacional (COI) se manifestou com o que pode parecer com um pedido de desculpas velado — mas que claramente não é.
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