Crusoé: “Não tem a ver com política”, diz Macron sobre prisão de fundador do Telegram
Presidente francês disse que críticas à prisão do russo Pavel Durov, CEO do Telegram, é fruto de investigação judicial, e que país segue comprometido com liberdade de expressão
Dois dias após a prisão do russo Pavel Durov (foto), o fundador do app Telegram, pelas autoridades francesas em um aeroporto de Paris, o caso já ganhou contornos geopolíticos. Elon Musk, o dono da rede X (ex-Twitter), pediu a liberdade do empresário, enquanto um suposto elo de Durov com o líder russo Vladimir Putin foi interpretado como um sinal de que o governo de Emmanuel Macron esteja endurecendo o discurso contra Moscou.
O próprio Macron foi às redes sociais tentar diminuir a fervura no caso. Para ele, a prisão é parte de uma investigação judicial em curso no país e que não teria nenhuma relação política.
A mensagem, em tradução livre, diz:
Tenho lido aqui informações falsas a respeito da França, sobre a prisão de Pavel Durov.
A França mais que tudo está ligada à liberdade de expressão e de comunicação, à inovação e ao espírito de empreendedorismo. Assim continuará.
Em um Estado de Direito, seja nas redes sociais ou na vida real, as liberdades são exercidas em um quadro estabelecido pela lei, para proteger os cidadãos e respeitar seus direitos fundamentais.
Cabe à Justiça, em total independência, que fará cumprir a Lei.
A prisão do presidente do Telegram em território francês se deu no âmbito de uma investigação judicial em aberto. Esta não é, de forma alguma, uma decisão política. Caberá aos juízes decidir.
O fundador do Telegram alega ser neutro em questões políticas envolvendo a Rússia — ele já negou acesso de dados ao governo russo em situações anteriores, o que aumenta o debate sobre a liberdade de expressão após sua prisão. O Kremlin disse que não sabe sob quais acusações Durov foi preso, mas negou que Vladimir Putin tenha se encontrado com ele em Baku, no Azerbaijão, há algumas semanas.
Oficialmente, Durov é investigado pelas autoridades francesas pela falta de cooperação do Telegram com as autoridades do país, o que o torna cúmplice de crimes como tráfico de drogas, crimes contra crianças e fraudes.
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