Crusoé: Na Argentina só há incertezas
No domingo, 13 de agosto, a Argentina terá primárias para as eleições gerais deste ano. Esse tipo de pleito, inexistente no Brasil, é uma realidade na Argentina desde...
No domingo, 13 de agosto, a Argentina terá primárias para as eleições gerais deste ano. Esse tipo de pleito, inexistente no Brasil, é uma realidade na Argentina desde 2011. As chamadas Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO) servem de prelúdio para o primeiro turno geral, marcado para 22 de outubro. O voto é obrigatório para todos os eleitores argentinos. Os candidatos mais bem votados de cada legenda avançam para o primeiro turno.
A disputa pela Presidência está concentrada em três forças, segundo a média das pesquisas eleitorais agregadas pelo site La Política Online. A coalizão de centro-direita do ex-presidente Mauricio Macri, Juntos por El Cambio, lidera a corrida, mas pulveriza os seus pouco mais de 30% de intenções de voto em dois candidatos. A situação kirchnerista, apesar do caos econômico, tem como principal nome o ministro da Economia, Sergio Massa, e ele concentra sozinho 25% das intenções. O populista de direita radical Javier Milei completa o pódio, com quase 20%.
As primárias deveriam diminuir as incertezas sobre as eleições, mas esse pode não ser o caso neste ano. “Acredito que não sairemos deste processo com mais clareza do que quando entramos”, diz o cientista político argentino Julio Burdman. O motivo é a ampla oferta de candidatos e os perfis que transpõem as barreiras partidárias, em especial os dois candidatos do Juntos por El Cambio. Na coalizão de Macri, Horacio Rodríguez Larreta, chefe de governo da cidade de Buenos Aires, é moderado e defende o diálogo com a atual base governista. Já Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança Pública, tende ao enfrentamento e alimenta a polarização ideológica. Ela é a preferida de Macri.
Ambos, Larreta e Bullrich, estão na casa dos 15% das intenções de voto. Para Burdman, quem se sagrar vitorioso nessa coalizão terá dificuldades para herdar os votos do outro: “Pode haver voto cruzado. Se Bullrich ganhar, parte do eleitorado de Larreta pode ir para a situação”. Outra possível fonte de voto cruzado são os mais de 5% de intenções de candidatos radicais do peronismo, que devem perder para Massa nas primárias da situação.
Com a aceleração do declínio da economia nos últimos meses, a Argentina não pode se dar ao luxo de incertezas na política. Além dos problemas crônicos de má gestão do Estado,…
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