Crusoé: Militares tomam centro de La Paz, na Bolívia
Presidente acusou "movimentações irregulares" de sua tropa após destituir chefe do Exército, que foi à TV dizer que Evo Morales não podia mais ser presidente da Bolívia
Militares do Exército boliviano tomaram nesta quarta-feira, 26, a Plaza Murillo em La Paz, onde fica o Palácio Quemado, sede do Executivo, e o Congresso.
O presidente Luis Arce afirmou nas redes sociais que há “mobilizações irregulares” na capital e insinuou que pode estar ocorrendo uma tentativa de golpe de Estado em curso.
“Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército boliviano. A democracia deve ser respeitada“, escreveu Arce.
Denunciamos movilizaciones irregulares de algunas unidades del Ejército Boliviano. La democracia debe respetarse.
— Luis Alberto Arce Catacora (Lucho Arce) (@LuchoXBolivia) June 26, 2024
Na tarde desta quarta, ainda não era possível saber se tratava-se de um golpe de Estado de verdade ou de uma encenação para justificar mais repressão, como os conflitos que ocorreram na Venezuela em 2002 e na Turquia, em 2016.
Crise institucional
O país vive uma crise institucional desde a noite desta terça, 25, quando o general Zuñiga foi à TV dizer que Morales — que lidera as pesquisas para a eleição presidencial boliviana em 2025 — não poderia voltar a ser presidente do país.
“Não creio que ele vá ser eleito legalmente, pois está inabilitado”, disse Zúniga. “Esse senhor não pode mais voltar a ser presidente deste país.”
Zuñiga disse que o papel das forças sob seu comando é o de cumprir a Constituição, e que ele faria cumprir a inelegibilidade de Morales “com todas as ferramentas e os instrumentos que nos outorgam a Constituição”.
Quando questionado se prenderia ou mataria Morales, o general foi lacônico: “Somos um braço armado da pátria”, limitou-se a dizer. “Creio que isso ficou claro.”
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