Crusoé: Jihadistas lançam ofensiva contra regime de Bashar al-Assad na Síria
A ofensiva é liderada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que emergiu de um antigo braço da Al-Qaeda e agora atua como oposição ao regime de Assad.
A tensão na Síria voltou a se intensificar com um ataque surpresa de forças rebeldes jihadistas que conseguiram tomar controle de uma dúzia de vilarejos na região de Aleppo.
Este movimento marca uma escalada no conflito sírio, que estava relativamente estagnado nos últimos anos.
As forças rebeldes jihadistas lançaram uma ofensiva militar significativa contra o regime de Bashar al-Assad, focando nas províncias de Idlib e Aleppo.
Antigo braço da Al-Qaeda
A ofensiva é liderada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que emergiu de um antigo braço da Al-Qaeda e agora atua como oposição ao regime de Assad.
Este grupo, classificado como uma organização terrorista pelos Estados Unidos, mantém controle sobre grande parte da província de Idlib.
Com apoio de outros grupos rebeldes e oposicionistas, o HTS conseguiu rapidamente capturar várias localidades e uma importante base militar na região oeste de Aleppo. O avanço rebelde chegou até as proximidades da cidade de Aleppo.
Imagens indicam que combatentes do HTS já estão presentes na cidade estratégica de Sarakeb, ao sul de Idlib, onde abriram uma segunda frente de batalha. Esta cidade é crucial pois se situa na principal rota entre Aleppo e Damasco.
O papel da Turquia
O conflito também envolve rebeldes pró-turcos e facções relacionadas à Al-Qaeda. Segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os confrontos já resultaram em 182 mortes, incluindo membros do HTS, tropas do regime e combatentes do Exército Nacional Sírio (SNA), este último apoiado pela Turquia e operante no norte da província de Aleppo.
O papel da Turquia permanece incerto neste novo capítulo do conflito sírio. Em 2020, Ancara conduziu uma ofensiva para barrar o avanço das forças de Assad em Idlib, resultando em um frágil cessar-fogo mediado pelo ditador turco Recep Tayyip Erdogan e pelo ditador russo Vladimir Putin, aliado de Assad.
Apesar deste cessar-fogo, confrontos esporádicos continuaram a ocorrer, com recentes ataques intensificados por parte das forças do regime contra alvos militares e civis em Idlib, utilizando drones kamikazes com apoio russo.
Envolvimento do Irã e do Hezbollah?
Os rebeldes justificaram sua nova ofensiva como resposta às agressões recentes do regime sírio. A operação inicialmente planejada como limitada foi ampliada após a retirada das tropas governamentais.
A escalada também vê envolvimento direto do Irã e do Hezbollah libanês, ambos aliados do regime sírio. O Hezbollah mantém presença militar em vilarejos estratégicos na região para facilitar suprimentos bélicos ao Líbano.
Confrontos diretos entre HTS e Hezbollah parecem inevitáveis, enquanto relatos apontam para a morte de um general iraniano nas hostilidades em Aleppo.
Em resposta à ofensiva rebelde, as forças de Assad iniciaram bombardeios nas áreas controladas pelos rebeldes em Idlib com suporte aéreo russo…
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