Crusoé: Itamaraty fala em “ataque” de Israel à ONU
Assim como Lula, o secretário-geral da ONU, António Guterres, foi declarado "persona non grata" em Israel
O Itamaraty afirmou nesta quinta-feira, 3, que “lamenta e condena” a decisão de Israel de declarar o secretário-geral das ONU, António Guterres, como persona non grata, por não condenar “inequivocamente” o ataque do Irã com mísseis ao território israelense.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores, chefiado por Mauro Vieira, disse que a decisão “prejudica fortemente” os esforços das Nações Unidas em favor de um cessar-fogo imediato, da libertação de reféns e de “um processo que permita a concretização da solução de dois Estados”.
A pasta também classificou o ato israelense como um “ataque” à Organização das Nações Unidas, que “afasta a região de uma solução pacífica”, e manifestou solidariedade a Guterres.
Eis a nota na íntegra:
“O governo brasileiro lamenta e condena a decisão do governo de Israel, anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, de declarar o secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, como ‘persona non grata’.
Tal ato prejudica fortemente os esforços da Organização das Nações Unidas em favor de um cessar-fogo imediato no Oriente Médio, da libertação imediata e incondicional de todos os reféns e de um processo que permita a concretização da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.
O ataque do governo de Israel a uma Organização que foi constituída para salvar a humanidade do flagelo e atrocidades da II Guerra Mundial e para proteger os direitos humanos fundamentais e a dignidade da pessoa humana não contribui para a paz e o bem-estar das populações israelense e palestina e afasta a região de uma solução pacífica.
Ao manifestar sua solidariedade ao Secretário-Geral António Guterres, o Brasil reafirma a importância das Nações Unidas, notadamente de sua Assembleia Geral e de seu Conselho de Segurança, nos esforços pelo cessar-fogo e por uma solução de dois Estados.”
Siga a leitura em Crusoé. Assine e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)