Crusoé: Israel ironiza dano de Lula à imagem do Brasil
Por meio do seu perfil oficial, a página do país no X, antigo Twitter, resolveu chamar o presidente brasileiro Lula de negacionista do Holocausto
O governo de Israel, em sua conta oficial, resolveu levar a disputa diplomática com o Brasil para a arena das redes sociais. Por meio do seu perfil oficial, a página do país no X (ex-Twitter) resolveu chamar o presidente brasileiro Lula de negacionista do Holocausto.
“O que vem a cabeça quando você pensa do Brasil?”, escreveu uma página. “Antes ou depois de Lula ter entrado de cabeça na negação do Holocausto?”, a página respondeu, marcando a arroba do presidente brasileiro na publicação.
Até parece coisa da Secom petista, mas não é. A página oficial de Israel, com seu milhão e meio de seguidores no X, é comandada pela diplomacia digital do governo de Benjamin Netanyahu.
Banalização
Apesar da provocação em ambiente virtual, é importante indicar que a fala desastrosa de Lula — que alimenta até um pedido de impeachment contra ele — não nega, mas banaliza o massacre de judeus por Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial.
Em sua fala, durante uma coletiva de imprensa em Addis-Abeba, na Etiópia, Lula disse: “Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus.”
A repreensão pela fala de Lula, que estava na cidade para uma reunião da União Africana, veio de todos os lados. Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, chamou as falas de “vergonhosas” e declarou o presidente brasileiro como persona non grata em Israel.
“Distorção perversa”
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) classificou a fala do petista como uma “distorção perversa” da realidade. Afirmou ainda que as falas ofendem a “memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.
“Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu”, diz a Conib na nota.
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