Crusoé: EUA querem distância de retaliação israelense
Após ataque com drones e mísseis, Washington diz que não atuará com suas tropas em Israel — enquanto Congresso americano tenta destravar ajuda financeira a Tel Aviv
Após o inédito bombardeio do Irã ao território israelense, neste sábado, 13, os Estados Unidos indicaram que não retirarão o apoio estratégico ao governo de Benjamin Netanyahu — mas também não apontam para mais do que isso. Pública e reservadamente, Washington pede para que Tel Aviv não acelere uma retaliação contra Teerã, o que poderia escalar ainda mais o conflito no Oriente Médio.
O presidente americano Joe Biden chegou a ligar para Netanyahu após o ataque — interrompendo semanas de distanciamento nas relações entre os dois governos. O líder americano sugeriu que Netanyahu considere a resposta de sábado uma vitória, que teria demonstrado as “notáveis capacidades [de Israel] em se defender e derrotar até ataques sem precedentes”.
De fato, o ataque com mísseis e drones vindos do Irã causou poucos danos e foram quase todos abatidos em pleno ar, em parte pela demora dos veículos e mísseis chegarem ao território israelense.
Apesar disso, Washington entende que o ataque iraniano muito provavelmente levará a uma escalada de tensão na região. Apesar do apoio de países árabes como Arábia Saudita e Jordânia a Israel no sábado, não é certo que este alinhamento se dará em caso de uma guerra ser aberta entre os dois países.
O governo do aiatolá Ali Khamenei justificou o envio de drones e mísseis balísticos e de cruzeiro como resposta a um ataque israelense ao consulado de Teerã na Síria, matando um alto líder militar do país.
Outra consequência foi vista no Congresso americano. Após o fim do bombardeio, o presidente da Câmara, Mike Johnson (Republicano-Louisiana) indicou que a Casa deve votar um novo lote de sanções ao Irã, além de ressuscitar um pacote de ajuda financeira à máquina de defesa israelense.
O G7, grupo das nações mais ricas do planeta, saiu em defesa de Israel.
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