Crusoé: Conservadores podem ter queda pior que a prevista no Reino Unido
Com ascensão de partido Reform, que defendeu o Brexit em 2016, partido que comanda parlamento britânico há 14 anos pode ser a terceira força no país, algo inédito há 190 anos
A aposta do primeiro-ministro britânico Rishi Sunak (foto) em adiantar as eleições parlamentares do país para 4 de julho já se mostrava arriscada, com todas as pesquisas indicando o fim de 14 anos de comando do Partido Conservador em favor do Partido Trabalhista. Agora, parece que pode ser ainda pior que o esperado.
Isso por que o partido Reform UK, de direita populista, tem apresentado uma tendência de alta nas últimas semanas. A legenda, que era chamada de Brexit Party, tem uma base eleitoral muito próxima aos Conservadores, e seu crescimento é às custas da desidratação do partido.
Na pesquisa mais recente do instituto YouGov, realizada em 12 de junho, ambos os partidos aparecem empatados com 18% das intenções de voto, ainda bem atrás dos 37% dos Trabalhistas, que devem levar a maioria do parlamento e instituir Keir Starmer como o novo primeiro-ministro inglês.
Nas últimas semanas, a aposta de Sunak se mostrou tão errada que os Trabalhistas agora se encaminham para uma supermaioria no Parlamento. A plataforma Electoral Calculus projeta que os trabalhistas ganhem 264 cadeiras em Westminster, chegando a 461 das 650 cadeiras. O partido Conservador, que hoje tem uma maioria com 351 parlamentares, cairia para algo como 63 após a eleição do mês que vem.
O risco de Sunak agora é o Reform UK, partido comandado por Nigel Farage, o parlamentar que em 2016 mostrou o seu poder de fogo e coesão ao comandar a eleição que tirou o Reino Unido da União Europeia. O partido, renomeado após conseguir efetivar o Brexit, deve servir para o eleitor de direita britânico, insatisfeito com a liderança de Sunak, aplicar um voto de protesto.
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