Crusoé: Afinal, o que mostram as pesquisas eleitorais na Inglaterra?
Decisão do primeiro-ministro Rishi Sunak em adiantar eleições foi visto como uma manobra arriscada, eleitoralmente falando. As pesquisas apenas comprovam isso
A decisão do primeiro-ministro britânico Rishi Sunak (foto) em dissolver o parlamento e adiantar as eleições parlamentares do país em cerca de cinco meses, para o dia 4 de julho, surpreendeu analistas políticos e o próprio país — não apenas pela manobra em si, mas pela aparente derrota que ela deverá impor ao partido Conservador do próprio Sunak. A jogada poderá ser genial, mas os números mostram uma loucura a caminho.
Um levantamento do instituto de pesquisa YouGov, publicada nesta quinta-feira, 23, mostrou que houve poucas mudanças nas últimas semanas na preferência do eleitorado britânico. O partido Trabalhista, principal força opositora, tem 46% das intenções de voto, contra 21% do partido Conservador. No agregador de pesquisas, o jornal The Times dá 21 pontos percentuais de vantagem aos trabalhistas.
Dessa forma, os 14 anos de governo dos conservadores, que começaram com David Cameron em 2010 e chegaram nesta década com o partido em desarranjo interno, tem altas chances de encontrar seu fim daqui a seis semanas. Obviamente não é o que aposta Rishi Sunak.
O primeiro-ministro, no cargo há um ano e meio (sucedendo Liz Truss, que permaneceu no cargo o tempo de vida de uma alface), acredita que a sangria pode ser estancada e mesmo revertida com dados sobre a inflação sob controle (depois de dois anos em alta, ela está em 2,3%, a metade do apurado quando ele tomou posse).
Esta talvez seja a única boa notícia para o partido, que poderá ver a situação se agravar na imigração, outro tema sensível ao país, durante o período eleitoral. Nas próximas semanas, a chegada do verão europeu deve gerar o aumento do número de imigrantes tentando chegar ao país em botes, aumentando a pressão não apenas na política migratória como também na política humanitária. O plano do governo em enviar os imigrantes ilegais para o meio da África foi parado pela Suprema Corte do país, e as cenas de botes aportando nas praias inglesas devem dar as caras a dias das eleições parlamentares.
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